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Saúde discute casos de microcefalia

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) realiza nesta sexta-feira (13) uma reunião com a equipe técnica para tratar da situação epidemiológica da microcefalia na Paraíba. Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (11), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, declarou estado de emergência em saúde pública de importância nacional, tendo em vista o aumento de casos da doença no Nordeste.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (12), a SES informa que no mês passado profissionais da área de obstetrícia que atuam na Paraíba comunicaram à Secretaria a ocorrência de aumento de casos de microcefalia nos serviços e a partir daí passou-se a discutir a situação epidemiológica dos casos reportados de microcefalia pós-natal e intrauterino. “Para tanto, ficou definido a construção de um instrumento de notificação para consolidar dados clínicos, epidemiológicos e diagnósticos desses pacientes, visando identificar possível alteração do padrão epidemiológico da microcefalia e fatores relacionados à sua ocorrência”, afirma a nota.

“No momento, a SES solicita que todos os serviços de saúde, públicos e privados, comuniquem imediatamente os casos de microcefalia, conforme definição na nota técnica. Além disso, a partir do registro da notificação, seguir o fluxo laboratorial para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen)”, informou a gerente executiva da Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega. “É importante ressaltar que, apesar da sinalização de registros de aumento de microcefalia em recém-nascidos, ainda não é possível fazer relação desse evento com nenhuma doença”, ressaltou.

A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o da média. O Ministério foi acionado pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco, que observou o aumento da anomalia nos últimos quatro meses. Foram identificados 141 casos em recém-nascidos em 44 municípios de Pernambuco este ano. De acordo com o MS, a média de casos para o estado era de dez por ano, o que representa um aumento incomum. Nas crianças e nas gestantes, estão sendo realizados exames clínicos, de imagem e laboratorial, conforme protocolo definido pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde de Pernambuco. É importante esclarecer que as investigações estão em andamento e, até o momento, não há definição da causa do agravo, seja infecciosa ou não.

O Ministério da Saúde informou que recebeu relatos dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte sobre o mesmo assunto e que todas as suspeitas estão sendo investigadas e contam com o monitoramento de equipes.

Dados da Paraíba – Este ano, foram registrados no sistema oficial de informação três casos de microcefalia no Estado (um em Cabedelo, um em São Miguel de Taipú e um em Sapé). Dos três recém-nascidos em 2015, um evoluiu para o óbito, mas a causa básica do óbito não foi relacionada à microcefalia e sim à ausência congênita dos dois rins.

Entenda a microcefalia – Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Saúde ressaltou que a microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.

Estado de Emergência – Segundo o Ministério da Saúde, o estado de emergência em saúde pública garante que os serviços de saúde tratem a questão da microcefalia com prioridade. A investigação das possíveis causas do aumento vai ser feita em conjunto por equipes do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais.

O Ministério da Saúde também ativou, na terça-feira (10), o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), em Brasília. Trata-se de um mecanismo de gestão de crise, que reúne as diversas áreas que podem concorrer para resposta a esse evento de forma que o assunto seja tratado como prioridade. A investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde.

 

 

Secom

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