Portadora de Síndrome de Down na PB afirma que síndrome não é barreira

 Um cromossomo a mais não deve ser encarado como sinônimo de falta de saúde e oportunidades a menos. Até porque síndrome de Down não é doença e isso já está mais do que esclarecido. Trata-se de uma condição genética que vem acompanhada de algumas peculiaridades como hipotonia (diminuição da rigidez dos músculos) e déficit cognitivo.

Esses e outros aspectos, porém, podem ser amenizados com cuidados e estímulos específicos, preferencialmente desde bebês. Quando precocemente estimuladas, pessoas com síndrome de Down podem desenvolver potencialidades que garantem sua inclusão em várias atividades produtivas.

Keila Mery de Araújo, 38 anos, é usuária na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad) de João Pessoa desde que tinha três anos de idade. Ela possui bom desempenho em esportes como natação e basquete. Além disso, Keila gosta de cantar na igreja e fazer aulas de teatro. Desenvolveu muito bem a fala, tem autonomia, vai só de casa até a Funad e projeta um futuro. “Pretendo trabalhar na Justiça Federal. Tenho muito orgulho de ser Down porque eu sei exatamente o valor que tenho. E tudo isso eu devo aos meus familiares e a todos os profissionais daqui”, afirma.

A Funad atende hoje 150 pessoas com síndrome de Down. A maioria é criança. A fundação disponibiliza serviços de avaliação e reabilitação, além de atividades desportivas, de cultura e arte. Há também o Programa de Qualificação Profissional executado pela Coordenadoria de Treinamento Produção e Apoio Profissionalizante (Corpu), cujo objetivo é fomentar a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho da Paraíba.

“De forma geral, pessoas com a síndrome têm muitas capacidades, só que precisam de mais tempo e incentivo para desenvolvê-las”, explica a psicóloga e coordenadora do Serviço Especializado em Reabilitação Intelectual da Funad, Alessandra Araújo. “As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estarem sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas”, complementou.

Redação