A abordagem deste tema e o relacionamento com familiares de pacientes que faleceram sempre causaram inseguranças ao profissional da saúde. Muitos médicos têm dificuldades em lidar com a morte de um paciente. A sensação de impotência pode surgir, assim como as dúvidas constantes: foi feito tudo que estava à disposição? Algo diferente poderia ter salvo a vida do paciente? Para falar sobre esse tema delicado foi ouvido o pediatra Bruno Leandro de Souza, coordenador de Comunicação do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
Para ele, o médico nunca deve passar uma mensagem de texto. “As mensagens de texto são frias, não transmite o sentimento que devemos passar, sobretudo no óbito. Elas devem ser evitadas. Obviamente, podem ser adotadas se existir uma dificuldade de comunicação, uma necessidade de aproximação, mas para avisar o familiar para que ele compareça à unidade de saúde, e não para comunicar um óbito. Para fazer com que as pessoas demonstrem sua sensibilidade, e se permitam ser questionadas em um momento tão delicado, como a morte de um familiar”, comentou.
Ainda de acordo com o pediatra a forma correta de comunicar a perda de um parente tem a ver com ética, não só médica, mas no sentido mais amplo da palavra, a ética social. Em caso de morte, o acolhimento inicial geralmente é feito pela equipe de serviço social, mas idealmente o óbito é comunicado pelo médico. “O médico deve sempre comunicar pessoalmente ao responsável legal, de uma forma bem empática, utilizando um tom de voz de conforto, esclarecendo todas as dúvidas sobre a possibilidade de tratamento, sobre o que foi realizado, e escutando o familiar. Inclusive se colocando à disposição do familiar para esclarecimentos futuros”, afirmou.
Da Redação