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Família denuncia troca de corpos em hospital público; PMCG se isenta da culpa

Como se não bastasse a dor, o sofrimento e a tristeza pela perda de um ente querido. pela Covid-19, duas famílias denunciaram a troca de corpos no Hospital Pedro I em Campina Grande.

O pedreiro Antônio Pereira de Lima, 63 anos, que morava em Vila Cabral de Santa Terezinha, morreu de Covid na quarta-feira (10), e foi enterrado por uma outra família a uma distância de 50 quilômetros de sua residência.

Familiares e amigos de Antônio Pereira chegaram a esperar a passagem do cortejo fúnebre por volta das 15h em frente a Igreja Evangélica onde ele congregava. A espera foi longa. Com flores, os “irmãos” aguardavam a passagem do corpo de Antônio para a última homangem antes do sepultamento.
O corpo deveria ter sido sepultado no cemitério de Galante no final da tarde, mas o enterro foi adiado para à noite. Em meio as lágrimas, os amigos receberam a notícia de que o corpo do pedreiro teria sido trocado e o enterro acontecido em outra cidade.

Antônio Pereira deu entrada no Hospital Pedro I com Covid, no dia 22 de fevereiro, e segundo familiares, no seguinte, o hospital deu alta informando que ele poderia ser tratado em casa com remédio. Dois dias depois, retornou ao hospital após tosse e falta de ar e acabou ficando internado, e com o agravamento da doença, foi transferido direto para a área vermelha, onde ficou intubado e em coma induzido. Ontem, a família tomou conhecimento de sua morte.

Quando chegou ao hospital descobriu que o corpo tinha sido enterrado pela família de Agostinho Alves dos Santos, que também morreu no local, e que teria reconhecido o corpo de outro parente. AntÔnio Pereira foi enterrado por outra família, em Arara, no Brejo paraibano.

Somente à noite, o corpo de Antônio Pereira seguiu para o sepultamento. As amigos voltaram a se reunir em frente a Igreja evangélica na rua Abdízio Militão, para fazerem a última e rápida homenagem a Antônio. O carro fúnebre chegou no local por volta das 21h. Lágrimas, cantos e revolta marcaram a homenagem.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Campina Grande tentou esclarecer o equívoco, e culpou apenas para a família que não teria reconhecido o corpo.

A nota
A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande traz esclarecimentos a respeito do episódio em que um familiar cometeu equívoco, ao fazer o reconhecimento do corpo de uma vítima da covid-19, no Hospital Municipal Pedro I.

A sobrinha do senhor Agostinho Alves dos Santos identificou o senhor Antônio Pereira de Lima como sendo o seu tio. A própria sobrinha assinou o termo de reconhecimento.

A Secretaria de Saúde reforça que o reconhecimento do corpo é um ato extremamente importante e de responsabilidade do familiar. A Secretaria acredita que a pessoa possa ter cometido o engano, em função do estado de emoção, ao reconhecer o corpo.

Para realizar o procedimento com segurança, a pessoa recebe Equipamentos de Proteção Individual e é acompanhada por um supervisor da unidade hospitalar.

A Secretaria de Saúde informa, ainda, que está tomando todas providências para que os corpos sejam entregues às suas respectivas famílias, para realização do sepultamento.

Por fim, a Secretaria se solidariza com os familiares e esclarece que vai abrir uma sindicância para apurar possíveis responsabilidades de servidores.

SL
PB Agora

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