O secretário de Saúde da Prefeitura de João Pessoa, Luiz Ferreira, se manifestou de forma enfática contra o Projeto de Lei (PL) proposto pelo vereador Guga Mov Jampa, que prevê a obrigatoriedade de os médicos baterem o ponto a cada duas horas de trabalho. Para o secretário, a proposta é “completamente descabida” e não condiz com a realidade da prática médica.
Em sua fala, Luiz Ferreira destacou que o trabalho médico exige flexibilidade e que os profissionais frequentemente se encontram em procedimentos ou atendendo pacientes, o que torna inviável cumprir a exigência de registrar a presença a cada duas horas. “Quem entende e sabe da atividade médica tem a mais absoluta convicção de que não há como o médico exercer suas funções adequadamente e bater o ponto a cada duas horas. Isso não existe”, afirmou.
O secretário também criticou a forma como o vereador Guga apresentou o projeto, que segundo ele, faz um diagnóstico falho ao criticar a gestão atual da saúde em João Pessoa. “O vereador fez um diagnóstico para justificar esse projeto, mas ele acaba dando uma pancada na gestão de Cícero Lucena. Acho que ele tem que aprender mais sobre o tema antes de propor algo desse tipo”, disparou.
Luiz fez questão de ressaltar o trabalho árduo dos médicos, que segundo ele, são em sua maioria profissionais éticos, comprometidos com o bem-estar da população. “A classe médica trabalha muito, não só no município, mas em todo o Brasil. A gente precisa cobrar presença e atendimento, sim, mas não podemos marginalizar esses profissionais”, disse.
Ao final, o secretário reforçou que a proposta, além de inadequada, coloca os médicos em uma situação constrangedora e inoportuna. “A classe médica merece respeito. O projeto é um tipo de constrangimento completamente inadequado para a profissão”, concluiu.
O secretário disse ainda não acreditar que o projeto ganhe apoio dos legisladores da CMJP.
PB Agora