A Paraíba o tempo todo  |

AIDS: idosos agora fazem parte do grupo de risco

Uma pesquisa monográfica realizada pela enfermeira paraibana Camilla Ribeiro mostrou que os idosos fazem parte do novo perfil epidemiológico do HIV/ Aids. A pesquisa também analisou a percepção dos idosos acerca da incidência da Aids na terceira idade, levantando o perfil sócio-econômico e demográfico dos entrevistados e verificando os fatores de risco a partir do seu comportamento sexual, constatando o conhecimento deles a respeito das DST’s/Aids.

Os resultados da pesquisa mostraram a pouca percepção do idoso sobre a incidência da Aids na terceira idade, pois apenas 10 dos entrevistados tinham conhecimento do aumento de soropositivos nessa faixa etária, afirmando que tal aumento se deu pelo não uso do preservativo nas relações sexuais, pela existência de múltiplos parceiros e a visão de invulnerabilidade.

O conhecimento deles a respeito da Aids foi significativo, definindo-a como doença transmissível, perigosa, sem cura, que leva à morte, enquanto o entendimento sobre as DST’s foi limitado, tendo pouco ou nenhum conhecimento em relação aos sinais clínicos, referindo-se como fontes de informação sobre a temática a televisão e palestras.

De acordo com Camilla Ribeiro, na pesquisa, os entrevistados revelaram possuir parceiros fixos e também outros parceiros, não tendo o hábito de se prevenir, pelo fato do preservativo nunca ter feito parte de sua educação e de sua rotina, acreditando eles que conhecendo a pessoa e sua procedência é o suficiente para se ter confiança e consequentemente segurança. “Há, portanto, a necessidade de se intensificar as informações sobre o uso da camisinha e da sua importância, enfatizando que tem o poder de prevenir doenças que venham a desenvolver em práticas sexuais desprotegidas. Nessa leitura da realidade, os idosos enfrentam riscos para adquirir DST/Aids por não perceberem como estão vulneráveis a contrair o vírus”, afirmou a pesquisadora.

Segundo a autora da pesquisa, a saúde do idoso deve ser avaliada de forma abrangente, nos seus aspectos biopsicossocias, nos quais o profissional de saúde deve discutir abertamente sobre a sua sexualidade, desmistificando a ideia, imposta pela sociedade, de que o idoso não desfruta mais de relações sexuais. “Para que esse assunto seja abordado naturalmente pelos profissionais, é necessário que eles reconheçam, aceitem e respeitem a história sexual de cada indivíduo, visto que o preconceito e a discriminação com o idoso que se mantêm sexualmente ativo gera um efeito negativo sobre a expressão de sua sexualidade, pois a medida que a reação das outras pessoas é internalizada por eles como algo anormal ou inadequado, podem ficar incapazes de se engajar na relação sexual propriamente dita ou de estabelecer novos relacionamento afetivos”, concluiu.
 

O estudo foi realizado no município de Campina Grande-PB, durante os meses de agosto/setembro de 2009. Foram entrevistadas 30 pessoas, com idade acima de 60 anos. A pesquisa mostrou uma predominância do sexo feminino, de viúvos e baixo nível de escolaridade.

 

Assessoria

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe