A deputada federal Nilda Gondim e o senador Vital Filho (ambos do PMDB-PB) prestaram uma homenagem neste domingo, dia 1° de maio, à memória do ex-governador paraibano Pedro Moreno Gondim, que, se vivo estivesse, estaria completando, nesta data, 97 anos de idade. Falecido no dia 26 de julho de 2005, aos 91 anos, Pedro Gondim continua sendo lembrado como “um homem e um político de conduta ilibada que ao longo de sua vida só proporcionou dignidade ao povo a que serviu, através de sua coragem, presteza e humildade”, conforme escrito constante em Placa de Homenagem feita pela Assembleia Legislativa do Estado por ocasião do seu falecimento.
Como reconhecimento pela história e pelo exemplo do “homem que se notabilizou pela coragem de lutar em defesa dos interesses da população, mesmo quando teve que enfrentar forças antagônicas poderosas, do ponto de vista político e econômico”, a Assembleia aprovou, por unanimidade, em 31 de agosto de 2005, o Projeto de Resolução nº 119/2005, de autoria do então deputado estadual Vital Filho, instituindo na Paraíba a “Medalha Governador Pedro Gondim”, destinada a personalidades com relevantes serviços prestados ao Estado. O projeto originou a Resolução 1.038/2005, publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo do 1º de setembro.
Outra homenagem de destaque foi a aprovação (pela Câmara Federal) e sanção (pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva) da Lei Federal n° 12.290, de 20 de julho de 2010, que denomina de “Rodovia Governador Pedro Gondim” o trecho da BR-230 que liga os municípios de João Pessoa e Cabedelo, na zona litorânea da Paraíba. Proposta pelo então deputado federal Vital Filho, a lei foi aprovada pela Câmara como reconhecimento pela grande contribuição dada por Pedro Gondim ao desenvolvimento político e social da Paraíba, tanto no campo legislativo, como deputado estadual e federal, quanto no campo executivo, como governador da Paraíba.
Reverenciando a memória do seu pai, a deputada federal Nilda Gondim lembrou, neste domingo (1° de maio de 2011) que ele se destacou, em toda a sua vida pública, pela coragem e especialmente pela defesa das classes menos favorecidas da sociedade paraibana. “A presença física do meu pai nos faz muita falta. Jamais vamos conseguir esquecê-lo. Ninguém esquece uma pessoa que ama, mesmo quando o tempo entre a hora da partida e o presente se torna longo. Essa dor, entretanto, é amenizada por sentimentos de alegria e satisfação diante de tantas e importantes homenagens que foram e continuam sendo feitas a Pedro Gondim”, enfatizou.
Reafirmando que se sente feliz e orgulhoso por fazer parte da família do ex-governador, e especialmente por ter tido tempo de aprender com ele a ser um cidadão e homem público comprometido com as causas sociais, especialmente das camadas mais pobres, o senador Vitalzinho acrescentou: “Graças a Deus, tive todo o tempo do mundo para beber a água desta fonte maravilhosa; para aprender com o cidadão fiel, amigo e objetivo que nunca me faltou”.
Quem foi Pedro Gondim
Filho de Inácio Evaristo da Costa Gondim e de Eulina Moreno Gondim, Pedro Moreno Gondim nasceu no dia 1º de maio de 1914, no Engenho Capim Açu, em Alagoa Nova/PB. Ao longo de sua vida construiu uma família de sete filhos – Hamilton, Sônia, Nilda, Rosa e Pedro Gondim (in memória) – filhos do primeiro casamento com Ozanete Duarte, e Gilson e Fábio (filhos do segundo casamento com Sílvia Gondim), 19 netos e inúmeros bisnetos. Dentre os netos estão o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), o senador Vital do Rêgo Filho (PDT) e a médica Rachel Gondim – filhos da deputada federal Nilda Gondim.
Casado com Sílvia Marques Gondim, o ex-governador da Paraíba manteve-se lúcido até o final de sua vida, quando ainda cultivava o hábito de comparecer à sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção da Paraíba para conversar com velhos amigos e companheiros de profissão e de lutas políticas.
Atuação política – Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife/PE, Pedro Moreno Gondim ingressou no Partido Social Democrático (PSD) em 1945, e desde então escreveu para sua vida uma história de atuação política de destaque e marcada pela coragem, pela ética e pela defesa dos interesses dos paraibanos. Pelo PSD foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual em 1947 (legislatura de 1947 a 1951), quando integrou a Assembleia Constituinte e quando se destacou como líder da oposição ao então governador Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo, e ainda como defensor do desenvolvimento agrícola do Estado.
Participante ativo da Coligação Democrática Paraibana – aliança que envolveu o PSD e o PL, Pedro Gondim foi reeleito deputado estadual em três de outubro de 1950 e ajudou a eleger governador o ministro José Américo de Almeida. No governo de José Américo ocupou o cargo de secretário da Agricultura e participou diretamente do processo de pacificação política do Estado, chegando, em 1955, a ser eleito vice-governador na chapa encabeçada por Flávio Ribeiro Coutinho.
Empossado no cargo de vice-governador no dia 31 de janeiro de 1956, menos de dois anos depois, em 4 de janeiro de 1958, assumiu o Governo do Estado em razão de problemas de saúde sofridos pelo titular do cargo. Nesse período iniciou-se na Paraíba um movimento popular pela sua candidatura a governador, desafio aceito que o levou a se desincompatibilizar do cargo de governador interino, no dia 18 de março de 1960, para que sua candidatura não corresse nenhum risco. É que, em razão do agravamento do estado de saúde do governador licenciado Flávio Ribeiro Coutinho, que poderia falecer a qualquer momento, Pedro corria o risco de deixar de ser governador substituto para ser governador titular, e nesta condição ele não poderia disputar o Governo do Estado nas eleições daquele ano. E essa condição interessava à cúpula do seu partido, o PSD, que defendia a candidatura de Janduhy Carneiro.
No ato de sua renúncia, Pedro Gondim entregou o cargo ao então presidente da Assembleia, deputado José Fernandes de Lima – partidário de Janduhy Carneiro. Pouco tempo depois foi expulso do PSD, perdendo com isso o apoio de inúmeros políticos, especialmente prefeitos, e também de empresários. Mesmo assim não desistiu. Confiou no apoio popular à sua candidatura e acabou derrotando Janduhy Carneiro, sendo eleito governador com 149.260 votos, contra 123.772 obtidos por seu adversário.
Depois de governar a Paraíba pela força do voto popular, Pedro Moreno Gondim foi eleito deputado federal em 1965, pleito em que apoiou o governador eleito João Agripino. O mandato de deputado federal ele exerceu até o dia 07 de fevereiro de 1967, quando os seus direitos políticos foram suspensos pelo então presidente Costa e Silva, sem prévia acusação e sem direito de defesa.
Em 1985, durante o governo do ex-presidente José Sarney, foi nomeado diretor do Banco do Nordeste.
Falecimento – Pedro Gondim faleceu no início da tarde do dia 26 de julho (terça-feira) de 2005, no Hospital da Unimed, vítima de insuficiência respiratória e falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi velado no Palácio da Redenção, onde recebeu as primeiras homenagens póstumas de familiares, amigos e admiradores, incluindo-se políticos de várias correntes ideológicas, representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado e do Poder Executivo estadual, além de prefeitos, vereadores e líderes comunitários de vários municípios paraibanos.
Seu corpo foi sepultado no final da manhã do dia 27 de julho (quarta-feira), no cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa, com honras de Chefe de Estado.








