A Paraíba o tempo todo  |

Tucano suspeita de despiste em investigação da Receita

A delegacia da Receita Federal em Santo André confirmou nesta quarta-feira (21) que a analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva está sendo averiguada pela quebra do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Ainda segundo a assessoria de comunicação do órgão, "os procedimentos estão sendo feitos pela corregedoria em Brasília". Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), "estão jogando toda a responsabilidade em uma coadjuvante".

Já circulava há dois dias entre os tucanos que uma auditora fiscal da Receita Federal em São Paulo teria violado o sigilo fiscal do vice-presidente da sigla, Eduardo Jorge. A informação, conta Dias, "foi vazada ao PSDB por um alto funcionário do órgão". O tucano afirma ter sabido que o vazamento poderia ser "um despiste suficientemente convincente para desviar as atenções dos verdadeiros mandatários da quebra de sigilo".

Dias olha o rumo da investigação interna da Receita com desconfiança: "ela foi afastada. Vão jogar toda a responsabilidade nessa mulher, o que prova a tentativa de desviar a atenção dos mandatários do vazamento".

Na noite desta terça-feira (20), afirma o senador, ele teve acesso a informações, que julga serem seguras, de que haveria uma suposta "operação despiste" promovida por de um alto funcionário da Receita. Para o senador, mesmo que seja de fato uma auditora paulista a responsável pelo vazamento dos dados de Eduardo Jorge, ela não atuava sozinha. Dias reforça ao Terra o que já afirmou no Senado e em coletiva de imprensa: "minhas suspeitas ainda recaem sobre o auditor Washington Afonso Rodrigues".

Segundo o parlamentar, Rodrigues foi denunciado em 2006 por ter feito "30 mil acessos para vasculhar o sigilo de 13 mil pessoas – entre políticos, jornalistas e magistrados". Dias afirma que nenhuma providência teria sido adotada à época.

Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (21) em São Paulo, o senador já havia levantado a questão. Chegou a acusar o PT de montar uma central de dossiês e usar o órgão para se abastecer de informações sobre tucanos supostamente investigados pelo partido. O banco de dados do Fisco federal possui informações de 150 milhões de declarações do Imposto de Renda.

O tucano estuda a possibilidade de convocar o corregedor da Receita, Antônio Carlos D’Ávila, para depor na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. D’Ávila é o responsável pela sindicância instaurada após descoberta a violação por membros do próprio órgão. Na semana passada, o secretário-geral do órgão, Otacílio Cartaxo, depôs no Congresso e disse saber quais os funcionários do Fisco que acessaram dados confidenciais de EJ, como é conhecido o vice-presidente do PSDB – embora não pudesse afirmar se o fizeram por motivos justificados ou não.

O secretário disse que não poderia revelar as identidades dos funcionários por ainda estar em fase de investigação o processo que apura se partiu deles o vazamento de informações sobre a movimentação bancária de Jorge e suas declarações de renda.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, um grupo de investigação supostamente ligado à petista Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, obteve nos arquivos da Receita documentos sobre uma série de três depósitos na conta de EJ, além de informações sobre seu Imposto de Renda.

 

Terra

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe