PT expulsa Alexandre Almeida

Praticamente cinco meses após a realização das eleições em Campina Grande, a direção nacional do PT decidiu expulsar o ex-presidente do diretório municipal da legenda e ex-candidato a prefeito Alexandre Almeida. A razão: Almeida contrariou a orientação da sigla, cumprida em outras partes do país, para fechar chapa com aliados circunstanciais do Palácio do Planalto.

Alegando que, de seu ponto de vista, o lógico seria manter uma candidatura própria, Alexandre Almeida emplacou seu nome como representante do PT na disputa pela prefeitura de Campina Grande, a serviço dos interesses do então prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). A fidelidade de Alexandre mais a Veneziano, de quem foi secretário, falou mais alto do que propugnar por ser leal à cúpula do partido. Assessor do gabinete do senador Vital do Rêgo, o petista foi também durante toda a campanha acusado de ser "laranja" da concorrente Tatiana Medeiros, postulante do grupo Rêgo.

Presidente estadual da sigla, Rodrigo Soares confirmou a informação e disse estar apenas esperando a formalização da decisão da cúpula nacional petista.

O detalhe é que o próprio Rodrigo Soares e seu grupo dentro do PT também se alinharam à tese de Alexandre Almeida e, publicamente, referendaram a decisão do então candidato a prefeito de Campina Grande.

O fato é que a participação de Alexandre Almeida causou uma grande confusão e desgaste à imagem do próprio partido. O ex-presidente Lula, por exemplo, posou para fotos ao lado de Daniella Ribeiro e até gravou depoimento em vídeo para a candidata do PP à prefeitura campinense. Ingressando com ação na Justiça, Almeida conseguiu tirar o material do ar.

O fato do PP contar com um integrante no ministério Dilma – justamente o irmão de Daniella, Aguinaldo Ribeiro (Cidades) – não foi determinante para que Alexandre Almeida declinasse da candidatura e criasse uma crise que se estendeu por praticamente um mês, imobilizando a campanha da deputada estadual e comprometendo seu desempenho nas eleições de Campina Grande.

Com cinco meses de atraso, o PT nacional acredita estar fazendo justiça. Pergunta-se se isso ocorreria se Tatiana Medeiros tivesse sido eleita.