O que levou o PSB a questionar, no Supremo Tribunal Federal, a posse dos segundos colocados nas eleições para os governos da Paraíba e Maranhão? Oficialmente, o partido diz que não vê sentido em se entregar os cargos aos candidatos derrotados e defende novas eleições. Para isso, impetrou Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Aqui na Paraíba, há quem diga que o gesto pode ter sido uma declaração de amor ao grupo Cunha Lima. O prefeito Ricardo Coutinho, que estaria de aliança informal com o ex-governador, garante que não tem nada a ver com isso. Nem consultado foi pela direção nacional.
Sei…
O fato é que o questionamento do partido esquenta ainda mais os boatos de aproximação entre Ricardo e Cássio. Até porque Ricardo não está muito satisfeito com o governo Maranhão III. Não adianta nem fingir, como tentou fazer em entrevista à 101 FM, ao afirmar que não seria conveniente a realização de nova eleição neste momento.
Não seria conveniente? Sei…
A operação Disfarce está por todo lado. Mas, disfarces à parte, é interessante que um partido mais à esquerda, como é o PSB, questione o presente dado pelo TSE aos derrotados. Afinal, não foi isso o que quiserem os eleitores da Paraíba e do Maranhão. Vale lembrar que, se houve compra de votos, não se pode generalizar e dizer que todos os que votaram em Cássio venderam seus votos. Seria um grande exagero, como eu já disse, certa vez, nesta coluna.
Acho muito difícil que o Supremo atenda ao PSB, o que será uma pena. Em todo caso, é importante que o debate acerca das decisões do TSE se mantenha em pauta e que todos os que defendem a democracia não se resignem e continuem a exigir respeito à vontade popular, ou seja, novas eleições.