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Procurador regional da República comenta que atual sistema político estimula corrupção: "Os partidos dividem a máquina"

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Mesmo com as ações integradas entre os órgãos de controle, fiscalização e do Judiciário, que vêm garantindo vários avanços no combate à corrupção no Brasil, os casos de desvios de recursos e irregularidades na administração pública continuam estourando em todo território nacional.

 

Só na Paraíba, em menos de um ano, prefeitos de três municípios que estão entre os maiores do Estado – Bayeux, Cabedelo e Patos – foram afastados dos cargos por envolvimento em supostos esquemas de corrupção e estão respondendo a processos na Justiça.

 

Isso sem falar no grande número de servidores, ocupantes de cargos comissionados, secretários e até vereadores em ações articuladas de desvio de recursos em várias áreas da administração.

 

Para o procurador regional da República Fábio George Cruz da Nóbrega, integrante da Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF), e um dos fundadores do Fórum Paraibano de Combate à Corrupção (Focco-PB) – uma organização não-governamental (ONG) formada por vários órgãos de controle e fiscalização com mais de 12 anos de atuação – o que estimula a prática de corrupção no País, além da sensação da impunidade e da morosidade judicial, é o próprio sistema político brasileiro que, segundo ele, conta com uma máquina pública com uma série de problemas históricos e que ainda não foram resolvidos.

 

“Os partidos políticos dividem máquina estatal com fins eleitoreiros, incham o Estado com cargos em comissões, com pessoas que não entraram para administração pública por concurso público”, comentou.

 

De acordo com Fábio George, os cargos públicos são ocupados, em sua maioria, por pessoas de confiança dos partidos políticos e que estão inclusive preenchendo cargos no mais alto escalão, não para fazer o bem público mas para atender o interesse dos partidos e até pessoais.

 

“É inadmissível que os cargos sejam loteados em nosso País para atender aos interesses dos partidos. O que é, sem dúvida nenhuma, o maior gargalo para que pudesse ocorrer um funcionamento mais republicano do Estado brasileiro, e que, com certeza, estimulam cada vez mais a corrupção”, declarou.

 

O procurador regional da República defende que para amenizar este quadro, o Brasil tem que passar por reformas profundas, para que vire um Estado republicano, e não a um Estado que atenda ao nepotismo, ao fisiologismo, a essas práticas todas que são seculares, que dificultam o enfrentamento da corrupção no País.

 

“Se em todos órgãos públicos, principalmente nos mais altos escalões, não temos servidores que ascenderam por mérito, por concurso público, que são isentos, mas a atuação de pessoas indicadas pelas máquinas partidárias, que servem ao interesses desses partidos, não temos como conceber que isso vai ter um resultado ao final, republicano”, comentou.

 

 

Redação

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