O processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avança no Conselho de Ética, e deputado federal paraibano integrante do Conselho se manifesta favorável a saída do peemedebista da Casa. Aliados de Eduardo Cunha já admitem que o Conselho de Ética da Casa deve dar seguimento ao processo de cassação contra o presidente da Câmara, frustrando as expectativas do peemedebista de enterrar o caso ainda no estágio inicial.
Dentre os 21 membros do Conselho de ética da Câmara oito já se posicionaram favoráveis à saída de Eduardo Cunha da presidência da Casa, inclusive um deputado federal paraibano que votará pela continuidade do processo contra o presidente no Conselho.Um dos membros inclinados à continuidade do processo contra Cunha é o deputado federal paraibano Wellington Roberto (PR).
Nesta terça-feira (24) deve ser lido no Conselho o relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) favorável à admissibilidade da representação contra Cunha. Um pedido de vista fará, contudo, que a votação só ocorra na semana que vem.
Aprovado o relatório, passa-se à fase de investigação, com produção de provas, apresentação da defesa e depoimento de testemunhas. A conclusão do processo no Conselho de Ética é esperada para abril de 2016, mas pode ser adiada.
Na avaliação de aliados de Cunha, a péssima repercussão política das manobras da última quinta (19) para tentar protelar o processo acabou alimentando o "fora Cunha" e enterrando a possibilidade de o Conselho considerar inadmissível a representação.
Ontem (23) um dos petistas que integram o Conselho de Ética, Valmir Prascidelli (SP), afirmou que o caso do peemedebista na comissão deve ter continuidade.
Outro dos titulares do partido na comissão, Zé Geraldo (PA), já havia dado declaração nesse sentido.
Isso, porém, não significa um rompimento do partido com Cunha, a quem cabe decidir monocraticamente sobre o seguimento ou não dos pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff.
O Planalto e a cúpula da sigla orientaram seus deputados a não fustigarem Cunha e ajudá-lo na medida do possível nas manobras de protelação. O acordo foi cumprido na última quinta, quando os três deputados do PT não apareceram na reunião do Conselho enquanto o quórum não foi atingido. Naquele dia, aliados de Cunha tentaram derrubar a sessão por ausência de deputados.
"A tendência é de voto favorável à continuidade do processo. A Câmara não pode ficar sem avaliar esse caso. Seria a Câmara se omitir", afirmou Prascidelli. Tendo em mente a questão do impeachment, o Planalto e o partido continuam pressionando a bancada a não bater de frente com Cunha. O ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Governo, convocou uma reunião com a ala do partido que defende a saída do peemedebista.
Entre os 21 titulares do Conselho de Ética, 8 são considerados inclinados a apoiar Cunha e outros 8 a votar por sua cassação. Os três votos do PT, portanto, são considerados cruciais. O líder da bancada, Sibá Machado (AC), se reuniu com os petistas que integram o Conselho e fechou a orientação pela blindagem de Cunha.
Redação
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