Os EUA avaliaram que o Brasil esteve "perdido" durante a crise política pós-golpe de Estado em Honduras, em 2009, após receber o presidente deposto Manuel Zelaya na sua representação no país, mostram documentos revelados pelo WikiLeaks.
Após o controverso abrigo a Zelaya, que havia retornado clandestinamente a Honduras no fim de setembro, o Brasil temeu seriamente que a sua embaixada em Tegucigalpa sofresse invasão pelas forças do governo golpista.
Os despachos fazem parte de lote de documentos obtidos pelo WikiLeaks mas ainda não publicados.
"Tendo sido decidido no apoio ao retorno de Zelaya e tragado –quase certamente sem aviso prévio– a posição central na crise, ao que não está acostumado, o Brasil parece estar perdido quanto ao que fazer agora", relata a ministra conselheira da Embaixada dos EUA, Lisa Kubiske.
"É notável que o governo brasileiro não tenha assumido papel mais assertivo em busca de uma solução. Em vez disso, sentado no banco de trás, parece estar esperando que os EUA, a OEA [Organização dos Estados Americanos] e a ONU resguardem seus interesses", completa.
O telegrama é datado de 1º de outubro do ano passado, poucos dias depois do retorno clandestino do deposto.
Em pelo menos dois relatos, um deles atribuído ao chanceler Celso Amorim, o Brasil expressa real temor de ter sua representação invadida e pede ajuda aos EUA.
Zelaya foi apeado do cargo e expulso do país no final de junho do ano passado, após tentar promover uma consulta que, segundo a oposição, abria o caminho à sua reeleição –proibida em Honduras.
Foi substituído por um governo "de facto" que se encarregou de realizar as eleições previamente agendadas para o mês de novembro.
O pleito, vencido por Porfírio Lobo, opôs o Brasil, que não reconheceu até hoje a sua legitimidade, e os EUA, que apoiaram essa solução.
Em um documento anteriormente revelado pelo WikiLeaks, o embaixador americano em Tegucigalpa, Hugo Llorens, reconhece que o episódio se tratou de golpe.
"Obstrucionista"
Em um outro texto, Kubiske diz ser "definitivamente" um avanço a troca do "antiamericano e obstrucionista" Samuel Pinheiro Guimarães por Antonio Patriota na Secretaria-Geral do Itamaraty.
Menção pouco elogiosa a Guimarães já havia sido feita pelo ex-embaixador americano Clifford Sobel, que atribuiu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a frase de que o diplomata "odeia os EUA" –o que foi negado por Jobim.
Patriota, ex-embaixador nos EUA, já foi confirmado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, como ministro do Exterior em seu governo.
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