A bancada de Oposição já definiu uma bandeira de luta, a partir desta semana, na Assembléia Legislativa: denunciará e cobrará providências contra o que está considerando uma verdadeira “farra nepotista” no Governo Maranhão III. “É puro retrocesso e um autêntico escândalo o que temos testemunhado, todos os dias, pelas páginas do Diário Oficial do Estado”, ataca o deputado Zenóbio Toscano (PSDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia.
De acordo com Zenóbio Toscano, desde que assumiu o governo por imposição do Tribunal Superior Eleitoral, no último dia 18 de fevereiro, o governador Maranhão tem transformado este seu “terceiro mandato biônico” em uma oportunidade para afrontar a sociedade civil, que já assumiu uma clara postura antinepotista. Além da própria súmula do Supremo Tribunal Federal em 2008, proibindo a contratação indiscriminada de parentes na máquina pública, Toscano lembra que a Paraíba foi o primeiro estado brasileiro a, no final de 2006, adotar uma lei antinepotista extremamente rígida e sem precedentes.
“O passo adiante, nesse sentido, pelo ex-governador Cássio, agora se transforma num festival de irregularidades ao arrepio da lei”, denuncia o deputado. Para ele, o Ministério Público terá de ser acionado para investigar a “farra” de nomeações de parentes na estrutura administrativa do Poder Executivo Estadual. “E não está mais se tratando nem de nepotismo cruzado, triangular: é o direto mesmo”, já ressalva o deputado Lindolfo Pires (DEM).
Entre os casos a serem indicados pela Oposição na Assembléia Legislativa, serão apontadas as nomeações como a do sobrinho da deputada Lúcia Braga em cargo de assessor jurídico da Fundação de Ação Comunitária, órgão por ela presidido e o da esposa do senador Roberto Cavalcanti, contemplada com a Coordenadoria do Programa de Artesanato Paraibano dias depois do irmão por parte de pai, Achilles Leal Filho, ser nomeado para a presidência do Ideme.
O caso da mãe da primeira-filha, Letícia Maranhão, é também sintomático, segundo os deputados da Oposição. O governador nomeou Maria Augusta Pordeus Mariz para o cargo de assistente de Gabinete na Secretaria de Administração do Estado, segundo o Diário Oficial do Estado, edição do último dia 10. Fez isso na mesma semana em que se envolveu em outro escândalo: nomeou o filho do advogado Nadir Valengo, Rafael Dantas Valengo, para um cargo de destaque no Palácio da Redenção. Valengo, no TRE, foi um dos principais votos pela cassação do ex-governador Cássio.
No tocante ao antinepotismo propriamente dito, os deputados da Oposição jã estão levantando os outros casos flagrantes em diversos órgãos da administração direta e indireta. Principalmente no interior, nos hospitais regionais, as nomeações da parentela se evidencia com uma naturalidade constrangedora, segundo o deputado Lindolfo Pires. Ele cita sua base eleitoral, o município de Sousa, como um exemplo grandiloquente de “despudorada farra nepotista”.
PB Agora