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Opinião: vereador Marcos Henriques desdenha de jornalista com Covid-19

A maldade humana está dentro do ser humano, assim como a bondade. E nessa dicotomia que reside no homo sapiens sapien, que é fruto da dualidade dos nossos antepassados, seja na religião, nas artes, e noutros campos de centeio, o que é certo para alguns, é devidamente errado para outros da mesma espécie.

E claro! Aqui, não vou buscar em tal artigo os motivos da dualidade do ser. Importante lembrar ao leitor que tal texto está próximo, ou inserido, de forma profunda não na política partidária, mas naquela que busca situações que possam beneficiar o povo, em uma relação de equilíbrio. Equilíbrio, inclusive, na sanidade psicológica de um agente público.

Confesso: fiquei perturbado quando a informação chegou até a minha pessoa. Não acreditei, e não poderia. O que relato aqui é algo sério. E para confirmar, conversei com várias fontes da Câmara Municipal de João Pessoa (PMJP), que atestaram a veracidade dos fatos.

E narro o episódio, no mínimo, pouco louvável, do vereador petista Marcos Henriques. Paladino da moralidade, em conversa nesta semana que está em seu findar, disse ele a alguns dos seus pares, em puro sinal de chacota e desrespeito humano, que não conhecia o jornalista Eduardo Carneiro, que é servidor daquela Casa.

Colega e estimado por todos da nossa profissão, infelizmente encontra-se numa situação crítica em decorrência da Covid-19 em hospital da capital. Ainda perplexo, não consigo entender como o parlamentar desdenhou de tal condição, chamando-o de “fantasma”, por não conhecê-lo.

O fato foi amplamente criticado por seus pares e servidores da Casa de Napoleão Laureano. Eduardo Carneiro é um profissional de conduta ilibada, ético e humano, que sempre lutou pela vida com vigor físico e sorriso, caracterizando-o como homem de luta é fé. Fé na bondade e na profissão que abraçou desde moço.

Tive, eu, o prazer de trabalhar com o mesmo na Secretaria de Comunicação de João Pessoa e nas redações paraibanas. Desdenhar do sorriso e da própria vida de Carneiro, ou de quem quer que seja, é ponto central para que o presidente da CMJP, vereador Dinho (Avante) e toda a Mesa Diretora da Casa busquem investigar o fato.

O ocorrido pode ser posto no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. O assunto é grave, e também é exigido um posicionamento da Associação Paraibana de Imprensa (API) e Sindicato dos Jornalistas da Paraíba.

Não se pode, em nenhum momento, menosprezar a vida do próximo. Ainda mais em período tão delicado e de pura dor causada pelo o avanço da Covid-19 em todo o país. Gracejos desse tipo merecem ser punidos de forma exemplar, em especial aqueles vindos de um vereador que sempre pousou como favorável aos direitos humanos e prega, com vigor, sessões remotas para evitar contágio de servidores e parlamentares pelo novo coronavírus.

Em tempo, a coluna está aberta, de forma ampla e democrática, para ouvir o vereador Marcos Henriques, pois tem ele a garantia constitucional do contraditório. Por fim, fica aqui meu protesto, solicitando, novamente, aos órgãos de classe buscarem a verdade, apenas a verdade, bem como o mesmo ato seja averiguado pela Mesa Diretora da CMJP. “Dura lex, sed lex”.

DIREITO DE RESPOSTA DO VEREADOR MARCOS HENRIQUES

Após a publicação da coluna acima, o vereador Marcos Henriques encaminhou direito de resposta sobre o tema. Segue abaixo:

QUE A ÉTICA PREVALEÇA NA POLÍTICA E NA IMPRENSA PARA O MELHOR COMBATE AO COVID-19

Todo o mandato foi surpreendido na manhã de hoje com uma manchete que não condiz com o nosso modo de agir, nem de pensar. A manchete falava sobre “desdenhar de um jornalista vítima de COVID”. Estarrecedor, pois nós todos, que estamos sofrendo com o número absurdo de perdas entre os nossos familiares, parentes, amigos e companheiros de luta e de trabalho. Perdemos, recentemente, o companheiro Dráuzio Macêdo, que trabalhava em nosso gabinete, uma perda dolorosa e irreparável, o que nos tornou, acima de qualquer coisa, um mandato que tem buscado lutar contra esse negacionismo e descaso, atuando amplamente em defesa de toda classe trabalhadora diante dessa pandemia.

O tal caso, foco dessa manchete da coluna, se refere a uma afirmação de que não conhecia o jornalista Eduardo Carneiro, que estava internado, vitimado pelo COVID. Uma má interpretação dessa afirmação, entendeu como irônica e que estava dizendo que era um funcionário fantasma da câmara Municipal de João Pessoa. Interpretação essa, totalmente equivocada e que nos causou espanto, diante dessa realidade diária assustadora e dramática, utilizar o nome do nosso mandato de maneira equivocada, como se não tivéssemos o mais absoluto respeito e empatia por todas as vítimas desse mal que assola a humanidade.

A matéria em questão fala em Ética, e não compreendemos como um profissional de jornalismo que afirma apurar o fato, não entrou em contato com o nosso mandato para coletar qualquer impressão, afirmação ou postura diante do caso. Precisamos entender que a imprensa, bem como a política, tem um papel importantíssimo neste momento atual, tenso e que precisamos reforçar a esperança, nas pessoas e nos seus atos. Nossas atitudes políticas em defesa da população diante da pandemia, por si justificam como estamos nos postando e nos agindo, sempre em defesa da saúde e das necessidades da população. Importante lembrar que sempre estamos à disposição para prestar qualquer esclarecimento, tirar dúvidas ou nos posicionar sobre assuntos pertinentes e públicos. Portanto, nos colocamos disponíveis para, se o autor do texto quiser, prestar qualquer informação. Acredito que desta forma, podemos sim, tratar de Ética, na política e no que se divulga sobre ela.

Desejamos a mais rápida recuperação, não só ao jornalista Eduardo Carneiro, como a todos e todas que hoje padecem com esse tão grandioso mal, que é o COVID-19, e que temos trabalhado arduamente e diariamente, no sentido de criar melhores condições para combatê-lo. Esperamos que todo o universo político possa colaborar, bem como a imprensa, com trabalho, verdade e Ética. Vacinação já para toda a população!

MANDATO DO VEREADOR MARCOS HENRIQUES

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