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Opinião: Roberto Jefferson deixará o PTB nanico não só na PB, mas em todo o país graças ao extremismo ideológico

Opinião: Roberto Jefferson deixará o PTB nanico não só na Paraíba, mas em todo o país graças ao extremismo ideológico

Uma nau que singra os mares do extremismo político sem rumo, não havendo boas perspectivas para o futuro. Assim observo o destino do PTB não só na Paraíba, mas em outros estados brasileiros e no próprio Distrito Federal, após a mudança ideológica promovida pelo presidente nacional da legenda, o ex-deputado federal Roberto Jefferson.

Aliado absoluto do presidente Jair Bolsonaro, o ex-parlamentar, que foi condenado a 7 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2012, vem exibindo um discurso agressivo contra o Congresso e, principalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF).

Além dessas problemáticas, vem promovendo intervenções nos diretórios regionais do partido, destituindo seus respectivos presidentes, como foi o caso da Paraíba, quando afastou o deputado federal Wilson Santiago do comando da legenda em maio deste ano.

Em conversa exclusiva com este colunista na tarde de terça-feira (27), o filho do parlamentar federal, o deputado estadual Wilson Filho (PTB) revelou que, com a mudança do estatuto nacional da legenda, ele e seu pai já esperavam a atitude – ou represália vinda de Roberto Jefferson.

Para ele, o partido, que atuava no campo político de centro e até mesmo centro-esquerda, foi pego de surpresa com a nova postura política adotada pela executiva nacional da agremiação. Detalhe: sem consultar suas lideranças regionais.

Wilson Filho relembrou que seu pai não seguiu a orientação de Jefferson em acolher o Projeto de Lei 4754/16 que estabelecia a possibilidade de impeachment de ministros do Supremo Federal Tribunal (STF) que usurpassem competência do Congresso Nacional. O PL foi derrotado por 33 votos a 32 dos deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em maio deste ano. A postura de Santiago foi a gota d’água para seu afastamento da direção do diretório estadual.

Wilson Filho, que espera com Wilson Santiago a decisão do Congresso que discorre sobre as regras das eleições de 2022, estando à votação prevista para o mês de setembro, migrará para outra legenda tão logo o processo finde. Os prefeitos, vice-prefeitos e pré-candidatos do PTB na Paraíba irão deixar a sigla na próxima janela partidária, em fevereiro de 2022, conforme assegurou o parlamentar.

E nessa perspectiva de “debandada” em massa, fato que provavelmente acontecerá em outros estados, o PTB se tornará um partido nanico, começando do zero. Particularmente na Paraíba, o presidente regional da legenda, o comunicador Nilvan Ferreira, terá que buscar forças sobrenaturais para reestruturar a agremiação, algo improvável pela postura ideológica que assumiu, pondo o extremismo ideológico como condição “sine qua non” da sua gestão em conformidade com os anseios da direção nacional.

Cláusula de barreira

É sempre bom observar que, solitário e sem lideranças políticas expressivas na Paraíba e demais unidades federativas – vale lembrar que o PTB perdeu seus três senadores em 2019 – a bancada de dez deputados federais e 2 suplentes ensaia deixar o partido, na avaliação de Wilson Filho.

Com isso, o PTB poderá ter problemas sérios com a chamada cláusula de barreira. O dispositivo foi criado pela minirreforma eleitoral e desde 2018 passou a restringir o acesso de siglas com baixa representatividade ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV.

Pela regra, a partir de 2022, os partidos irão precisar de ao menos 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, ou conseguir eleger 11 deputados federais distribuídos em nove estados. Para fugir da regra, uma alternativa que o PTB tem é a fusão com outras legendas.

Mas aí vem a questão do extremismo ideológico pregado por Roberto Jefferson. Algo que defende com arma na mão, literalmente, em suas redes sociais, pondo suas ambições pessoais em primeiro plano, e idolatrando o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) até o momento que ele servir para seus interesses.

Wilson Filho tem simpatia por Lula e continua com Azevêdo

Líder do governo na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Wilson Filho diz ter simpatia com o projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pretende disputar as eleições presidenciais em 2022. Para o deputado, o petista tem uma agenda mais aberta para dialogar com os partidos políticos e a própria sociedade.

Sobre a postura que deve assumir no pleito local em 2022, o parlamentar não titubeou, e disse estar ao lado de João Azevêdo por acreditar na sua gestão, no seu projeto de governo de forma geral.

Pelo que se vê o PTB deu um tiro no próprio pé. Vem “afugentando” seus melhores quadros e colocando aventureiros no comando da sigla em toda a Paraíba, em todo o Brasil.

Eliabe Castor
PB Agora


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