Foto - | Pablo Jacob/O Globo
Jair Bolsonaro, mais uma vez, mostra que sua régua moral é flexível — e depende de quem está no centro da crise. Enquanto sua aliada de primeira hora, a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), permanece presa na Itália após entrar na lista vermelha da Interpol e acumular condenações no Brasil, o ex-presidente evita qualquer declaração direta. Questionado pela imprensa, limitou-se a lançar uma pergunta retórica: “Tem censura no Brasil ou não?” — desviando do assunto e reforçando, mais uma vez, a já desgastada tese de que é vítima de perseguição política.
Mas a pergunta que cabe aqui é outra: onde está a lealdade de Bolsonaro com os seus? Zambelli, cassada, condenada pelo STF a 10 anos de prisão e presa por inserir dados falsos no sistema do CNJ, está sozinha. Sua prisão evidencia que o bolsonarismo, quando pressionado, se torna seletivo até com seus próprios aliados. O silêncio de Bolsonaro, proibido de falar com investigados e de usar redes sociais por ordem do ministro Alexandre de Moraes, não impede que ele fale à imprensa. Apenas não quer.
É a mesma lógica de dois pesos e duas medidas que ele aplica desde o início da pandemia. À época, o ex-presidente bradava que “a economia não podia parar” e chamava medidas sanitárias de “conversa mole”. Mas agora, por conta das ações dele próprio e de sua família, o país vive um cenário de instabilidade institucional que ameaça a economia de forma concreta — com risco de fuga de investimentos, dólar em alta e clima político contaminado. A prioridade virou a autopreservação, mesmo que o preço seja a economia que antes dizia defender.
Mais uma vez, Bolsonaro demonstra que quando se trata dele, há justificativa; quando se trata dos outros, ele lava as mãos. A fidelidade que cobra de aliados e apoiadores não é retribuída na mesma moeda. No fim, fica evidente que a lealdade no bolsonarismo é uma via de mão única — sempre em direção a ele.
Abaixo, aliados já abandonados ou rompidos por Bolsonaro. Muitos desses nomes foram úteis na campanha ou no início do governo e chegaram a adotar posturas radicais em defesa de Bolsonaro.
Foram descartados quando viraram problema político ou jurídico.
Também se disse abandonado por Bolsonaro.
Foi preso por envolvimento em atos antidemocráticos.
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