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Opinião: Os efeitos que as manifestações convocadas poderão ter

Ainda é cedo para se verificar que resultados práticos terão as manifestações ocorridas neste domingo (26) em várias cidades do Brasil, convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Somente ao longo desta semana é que se poderá saber que efeitos aquele povo nas ruas terá causado no sentido de respaldar o governo.

Para aqueles que se opõem ao Palácio do Planalto, de fato houve mais gente nas manifestações do que se poderia se esperar. É bom lembrar, a propósito, que os opositores esperavam que houvesse até o efeito contrário, como aconteceu com o então presidente Collor, que convocou o povo para apoiá-lo, mas este foi às ruas para botá-lo pra fora. Desta vez não foi assim.

Para os apoiadores de Jair Bolsonaro, o povo atendeu ao chamamento do presidente, mas não maciçamente como eles queriam, ou seja: havia, sim, gente nas ruas, mas não numa quantidade suficiente para intimidar ou emparedar os que se opõem ao governo e às suas propostas de reformas.

Um fracasso?! Também não foi, convenhamos. Havia uma quantidade razoável de gente nas ruas – considerando, sobretudo, os índices atuais de desgaste do atual governo – embora menor do que o verificado nas manifestações a que estamos acostumados a ver, incluindo-se aí a última delas em protesto contra a redução de verbas para a Educação.

Enfraquecendo

O que mais pode ter contribuído para o enfraquecimento das manifestações certamente foram os receios que as cercavam. O próprio presidente Jair Messias Bolsonaro evitou comparecer ao evento, além de pedir a seus ministros que também não aparecerem nas rua para prestigiar o evento.

Por quê?

Primeiro porque temiam pagar mico em meio a um eventual fracasso de público; segundo porque poderiam arcar com conseqüências desastrosas como apoiadores de um evento com propostas antidemocráticas em que se pediu o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e se bateu com força na classe política, ou seja: propostas inconstitucionais, contra o estado democrático de direito e, portanto, criminosas.

E mais

Até o Movimento Brasil Livre (MBL), de ultradireita, foi espinafrado pelos manifestantes, sem falar que o racha foi grande também no PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. Muita gente do governo, prevendo a péssima repercussão das propostas ditatoriais e contra as instituições brasileiras, preferiu não comparecer, como também sugerir ao presidente não participar. Houve até quem radicalizasse se opondo.

Outro tom

Em entrevistas que concedeu no domingo mesmo, o presidente Bolsonaro já falava num tom mais brando do que o habitual, propondo diálogo com as instituições e assumindo a sua parcela de culpa pelos desencontros. O Bolsonaro mais leve também demonstra que as manifestações não lhe deram suporte para o enfrentamento com a classe política.

Aguardem

Portanto, diante desse quadro, não se sabe ao certo se o governo sai fortalecido das ruas, ou não; se as oposições se fortaleceram face às propostas dos pro-governo em favor do fechamento do Congresso, do Supremo e contra a classe política, ou não.

O melhor é aguardar…

Wellington Farias

 


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