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Opinião: Governo só teme uma coisa: gente na rua. Cuida-te, Bolsonaro!

Foto reprodução UOL

Tudo bem que – por uma questão de segurança sanitária – promover manifestações de rua, neste momento crucial, não é nem um pouco recomendável; eventos dessa natureza implicam em aglomeração.

Não restam dúvidas, entretanto: as manifestações de sábado pelo Fora Bolsonaro foram uma demonstração de força popular; não há mesmo o que discutir. Havia muita gente; gente com força, como estamos acostumados a dizer.

Apesar de todo o esforço de setores importantes da grande imprensa, de não divulgar o evento, todo mundo viu que havia muito mais gente do que nas manifestações em favor do Governo Bolsonaro. Ficou claro, segundo o noticiário de alguns veículos e a ampla repercussão que as manifestações tiveram nas mídias sociais.

Parêntese: ainda há veículo convencional de comunicação que acredita que basta não divulgar para que fatos sejam escondidos. Pelo contrário, eles ficam desmoralizados, porque o público acompanha mais detidamente nas mídias sociais.

Comparando

E tem mais: se for considerar que o público admirador de Bolsonaro é negacionista, rechaça as medidas sanitárias, como uso de máscaras, distanciamento social etc, o público que compareceu às manifestações de extrema-direita era pouco numeroso. Por quê? Ora, porque para eles não há obstáculo nenhum, a pandemia é meio que uma fantasia, uma invenção, como disse o tal Silas Malafaia.

A leitura que se faz sobre as manifestações de sábado, organizada pelas esquerdas, é exatamente o contrário: este público é mais consciente do risco que estamos correndo com o coronavírus não é negacionista e, portanto, segue as normas sanitárias, usa máscaras, álcool e não aglomera. Apesar de que ali aglomeraram, sim.

Isto significa que, uma grande quantidade de gente que preferiu ficar em casa a correr o risco de contaminação, estaria nas ruas e avenidas gritando Fora Bolsonaro não fosse a pandemia.

Caindo

Apesar do grande público das manifestações das esquerdas, não se pode afirmar, categoricamente, que o presidente Jair Bolsonaro esteja por um fio. Mesmo porque um impeachment também é um processo político cujo êxito depende do plenário do Congresso Nacional, onde rolam articulações políticas e o toma-lá-dá-cá corre frouxo.
De qualquer forma, o que se viu de sábado pra cá deixa claro que Bolsonaro precisa por as barbas de molho. De lá pra cá, Bolsonaro anda inquieto, para não dizer desesperado…

Afinal, além da sua queda vertiginosa de popularidade, tem uma CPI bafejando no seu cangote e as massas acordando para a situação de absoluta gravidade que o Brasil enfrente como epicentro do coronavírus para o mundo, e seu quase meio milhão de mortes provocadas pela Covid-19, que teriam sido evitadas não fosse a irresponsabilidade de um governo negacionista.

Engraçado

Tem coisa mais engraçada do que bolsonarista acusando manifestante de aglomerar?
Como, se todos são negacionistas, apoiam um projeto de governo que é um verdadeiro estímulo às milhares e milhares de mortes por Covid-19?

A galera da esquerda, por sua vez, perdeu o discurso contra aglomerações, a partir de suas manifestações.

A causa não invalida o efeito nocivo da propagação do coronavírus.

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