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Opinião: Dilma não é Lula nem Edilma é Cartaxo

O projeto do prefeito Luciano Cartaxo (PV) para emplacar a professora Edilma Freire (PV) como sucessora na prefeitura municipal de João Pessoa sofreu mais uma baixa nesta segunda-feira (31) e a expectativa é de que possa sofrer outras até a data das convenções. Perdeu vereadores e partidos aliados, e agora presencia a debandada de ex-auxiliares, em um verdadeiro efeito dominó

Fiel escudeiro da gestão do prefeito, Diego Tavares, foi a mais recente. Ele não apenas abandonou a gestão, como também anunciou desfiliação do PV e abriu o jogo ao admitir que a escolha pela concunhada do gestor para encarar a disputa não foi democrática, tampouco conversada com os outros possíveis pré-candidatos (leia-se Socorro Gadelha, Daniella Bandeira, e ele próprio).

“Não houve transparência nos critérios da escolha”, disse Diego.

Ou seja, foi a gota d’água para o rompimento.

Deu a entender ainda que, nesse processo, Cartaxo apenas advogou em causa própria colocando uma parente na corrida sucessória.

SEM CONSTRANGIMENTOS

Sobre o fato de se constranger por ter mudado de postura com relação a gestão a qual fez parte por quase oito anos, a essa altura do campeonato, Diego coloca os devidos pontos nos ‘is’ e traz à tona fatos políticos não tão distantes que evidenciam como a política é volátil e fácil de ser explicada. Não está contra a gestão, mas apenas exercendo o direito de divergir de uma escolha política.

Lembrou as palavras do governador Eduardo Campos (in memoriam) que ao negar apoio a ex-presidente Dilma, justificou que ela não era Lula (PT), a quem ele apoiava. E assim Diego retransmite a mensagem ao prefeito: nem Dilma era Lula, nem Edilma é Cartaxo.

Diego argumenta que não rompe com Cartaxo, mas com as escolhas do prefeito, já que a partir de 1º de janeiro o gestor não será mais Luciano e sim outra pessoa.

“Eduardo Campos dizia que Lula era uma coisa e Dilma era outra e deu no que deu. Lula fez um bom governo e todos nós sabemos o que deu no governo de Dilma. Também não me sinto na obrigação (de apoiar Edilma)”, emendou Diego, que deixou claro estar confortável com a situação e com a decisão que tomou de apoiar Cìcero, já que, no tocante ao governo Cartaxo, ele pode sim ser responsabilizado por ter contribuído com a gestão bem avaliada do prefeito Cartaxo.

Pelas declarações, Diego aponta a inexperiência de Edilma como principal fator de rejeição da escolha do prefeito. E deposita em Cícero a crença de que uma bagagem política mais apurada, experiência por diversos cargos públicos, é o melhor caminho a se seguir nesse novo cenário.

Não há tempo para aprendizes

“Dei resultados, mas continuo dizendo que acredito no futuro da cidade de João Pessoa. Achava que o pós pandemia exigia uma pessoa experiente e com sensibilidade social. Nos últimos dias conversei com vários amigos e achei nesse perfil de Cícero o ideal. Conhece e tem experiencia para administrar no pós pandemia.

PARA ARREMATAR

Parafraseando o próprio prefeito Cartaxo, que já foi tachado de sinuoso pelo senador Zé Maranhão e de traidor pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), Diego diz que nesse momento faz das palavras dele, as palavras do próprio Cartaxo.

“A amizade fica, mas a política passa”.

CIDADANIA

O PCdoB ainda nutre esperanças de ter o apoio do governador João Azevêdo, bem como do Cidadania na disputa pela Prefeitura de Campina Grande, mas tem mantido os pés no chão, sem fazer da definição um cavalo de batalha. Já articula o apoio de outras frentes e, inclusive, não descarta uma composição com o PSB do ex-governador Ricardo Coutinho na corrida sucessória.

ENGROSSANDO

Quem deve mesmo contar com o sonhado apoio da sigla em Campina Grande é o Podemos, da pré-candidata Ana Cláudia Vital do Rêgo, que se antecipou ao gesto, e já decidiu se alinhar em João Pessoa a mesma pré-candidatura que o Cidadania apoia na corrida sucessória – a do ex-senador Cícero Lucena (PP).
Ou seja, Podemos e Cidadania caminham para marchar juntos nas duas principais cidades da Paraíba.

MESMA ESTRATÉGIA

Nas entrelinhas, PP e Cidadania travam uma disputa subliminar para garantir o comando das duas principais cidade da Paraíba. Se em Campina Grande Ana sair vitoriosa e em João Pessoa, o ex-senador Cícero vencer, será o Cidadania do governador João Azevêdo o partido com mais força para fazer as articulações mirando 2022. Mas se o vencedor for o candidato de Romero, Bruno Cunha Lima (PSD) em Campina Grande e em João Pessoa Cícero também vencer, o PP é que ganhará sobrevida para dar as cartas no pleito estadual que se avizinha.

 

PELA PÁTRIA

O Patriotas e o DEM articulam uma união já no primeiro turno na disputa pela sucessão em João Pessoa e, por amor à pátria, será justamente o Patriotas que irá para o sacrifício, declinando da postulação com a pré-candidatura do deputado Walber Virgolino, para apoiar o nome do ex-deputado estadual Raoni Mendes (DEM). Efraim garante que as conversas nesse sentido estão avançadas, mas até agora Virgolino, o lampião, não se pronunciou sobre a movimentação.

CONVENÇÕES

Os partidos já se articulam para a realização das convenções e com a liberação dos encontros presenciais, não apenas os eleitores, mas também o coronavírus estará presente. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, José Ricardo Porto, tem alertado para o perigo da transmissão da doença.
Afinal, a pandemia ainda não acabou!

 

Márcia Dias

PB Agora

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