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Opinião: com altos e baixos, Pedro Cunha Lima entra na disputa ao governo da PB cercado de dúvidas

A construção de um nome na seara oposicionista ao governador João Azevêdo (Cidadania) finalmente começa a ganhar contornos reais. Falo do deputado federal Pedro Cunha Lima, que preside o diretório estadual do PSDB. O tucanato que possui ninho na Paraíba, assim como os de larga plumagem nacional, entendeu a necessidade de a legenda ter um representante legítimo no pleito de 2022.

E a gestação desse desejo, como boa parte do eleitorado paraibano sabe, foi iniciada após o recuo do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), em disputar a “moradia” do Palácio da Redenção no próximo ano. O PSDB estava alinhado com o ex-gestor, mas com sua declinação, os peessedebistas entenderam que a agremiação não poderia assumir uma postura de coadjuvante. Foi dessa forma que Pedro Cunha Lima pisou no “teatro da guerra eleitoral”, assumindo postura de general.

O PSDB, com a boa estrutura que tem na Paraíba, estando à disposição do seu futuro postulante nada menos que 30 mil filiados no estado, presente em 137 municípios paraibanos, com 83 diretórios e 52 comissões provisórias, põe, em dias atuais, o parlamentar federal como aquele que exibe maior poder de fogo para enfrentar João Azevêdo. Pedro ainda tem como aliado o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), que está à frente do segundo maior colégio eleitoral, seu colega de Câmara, Ruy Carneiro, entre outros correligionários que lhes darão um bom aporte político.

Contudo, os Cunha Lima e seus aliados terão que trabalhar, e muito, para dar o corpo eleitoral necessário voltado à consolidação da “grife” Pedro, pois teve seu produto avariado no último embate eleitoral. E aí explico: foi ele o candidato a deputado federal mais votado do estado nas eleições gerais de 2014, sendo eleito com 179 886 sufrágios. Em 2018 foi reeleito deputado federal com apenas 76 754 votos. Um fosso profundo, se comparado os dois resultados.

Para agravar ainda mais a situação, seu pai, o ex-governador Cássio Cunha Lima, após disputar a reeleição para o Senado em 2018, amargou fragorosa derrota. Ficou, o ex-parlamentar, com a decepcionante quarta posição, quando, na época, duas vagas eram “oferecidas”. Então, não precisa ser Einstein para identificar que a equação política do clã falhou, daí haver a necessidade de ser repensado, e com precisão, os últimos reveses tucano em terras paraibanas, a fim de evitar um naufrágio completo da nau peessedebista no estado.

Eleições presidenciais terão impacto decisivo na Paraíba

Há, ainda, outros pontos que necessitam de um alinhavo político bem costurado e, claro, pensado de maneira precisa. E aí ponho um cenário hipotético, embora plausível. Em um eventual segundo turno na Paraíba, estando Pedro Cunha Lima como representante da oposição, conversará ele com forças conservadoras que apoiam a reeleição do presidente Bolsonaro, ou irá buscar o diálogo com alas mais progressistas próximas ao ex-presidente Lula? E aqui cito apenas os dois, por estarem polarizando a disputa presidencial, como é observado nas pesquisas de opinião divulgadas ao longo de 2021.

E por mais Pedro Cunha Lima diga que as eleições presidenciais não têm papel relevante no pleito local, a corda está mais que esticada, chegando aos estados o embate político nacional. Para encerrar, o parlamentar começará a fazer sua “escolha de Sofia” bem antes do pleito, e aí também entra a figura do governador de São Paulo, João Doria, que mira o Palácio do Planalto como expoente do PSDB.

Em linhas gerais, aí retornando ao “Mundo das Ideias”, Doria dará apoio a Lula em um possível segundo turno, por ser Bolsonaro desafeto mais que político. Há um problema pessoal entre os dois. E Pedro Cunha Lima sabe muito bem de tal fato. Então, as tratativas políticas no ninho tucano não serão apenas fincadas na Paraíba. Forças nacionais também aportarão no histórico “Porto do Capim”.


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