Categorias: Política

OPINIÃO: base nordestina não foi representada no governo de Dilma

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Se o Nordeste não elegeu Dilma, como atestam os votos obtidos pela petista na região sudeste, em especial em Minas e no Rio, não deixa de ser verdade que a votação massiva obtida pela candidata petista na região foi vital. Em primeiro lugar, porque, como atesta uma análise mais cuidadosa das pesquisas eleitorais realizadas a partir de outubro de 2009, foram os nordestinos os primeiros a assumirem a candidatura da "mulher do homem". Assim, no início de 2010, na maioria dos estados da região, Dilma já obtinha mais votos do que José Serra.

Foi essa "base nordestina" que serviu de alavanca para a candidata do PT. E, dado que nunca a abandonou, essa base funcionou como uma espécie de colchão capaz de fazer a petista enfrentar sem sobressaltos os reveses de campanha, dentre eles o "Caso Erenice".

Obviamente, essa não é uma base espacialmente homogênea. Ela é mais forte quanto mais avançamos em direção ao semi-árido. O elemento explicativo não é, como apregoam analistas apressados, a expansão da bolsa-família, mas, sim, um conjunto de políticas sociais e de crédito a juros subsidiados, bancados pelo Banco do Nordeste, que impactaram fortemente as economias locais. O voto em Dilma foi, para essa população, a manifestação mais do que esperada de uma satisfação com a melhoria das condições de vida. Melhoria identificada com o Governo Lula.

Mas o que move o mundo é a insatisfação, não o conformismo. Essa base já deu o seu reconhecimento ao Governo Lula. Agora, é mais do que natural, que queira mais. E, assim, ao lado da redistribuição, potencializada pelas políticas sociais e de crédito, quer reconhecimento. Especialmente, político. Algo que, na montagem do Governo Dilma, não ocorreu. Explique-se: o próximo governo terá, em seus postos-chaves, especialmente naqueles que serão assumidos por petistas, a predominância de paulistas.

Nada de preconceito contra os paulistas. Longe disso! Mas não é demais se chamar a atenção para o fato de que a geografia eleitoral da Candidata Dilma não foi devidamente representada no Governo Dilma. Por enquanto, nenhuma turbulência. Especialmente se as políticas públicas que beneficiam a região não sofrerem descontinuidades. Mas, em médio prazo, quem sabe?

A "base nordestina" não é um evento da natureza, mas uma construção política precária. Em quatro anos, pode sofrer muitas alterações. Uma dessas possíveis alterações é uma pequena "onda", que começa a idealizar o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como uma alternativa para a eleição de 2014. Ainda é um movimento subterrâneo, mas já extrapolou, em muito, as fronteiras do "Leão do Norte".

 

Edmilson Lopes Júnior, em coluna no Portal Terra

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