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Opinião: a raça humana e as viúvas interesseiras das OSs que atuavam na PB

O ser humano é o único que pode salvar a sua própria espécie. Amparar os desvalidos, criar vacinas para erradicar doenças fatais, promover a caridade. E esse mesmo ser é o único no reino animal que promove guerras em escala mundial, manipula vírus para utilizá-los contra o seu semelhante, concentra renda em detrimento à fome de milhões, talvez bilhões.

O ser humano é assim. O Yin Yang. Princípio da filosofia chinesa, onde yin e yang são duas energias opostas. Yin significa escuridão sendo representado pelo lado pintado de preto, e yang é a claridade. Uma dicotomia que põe o bem e o mal na mesma balança, cabendo, pelo livre arbítrio, escolher o ser humano o lado que estará; não pondo nessa reflexão qualquer princípio religioso.

E nessa maiêutica socrática, tão pobremente provocada por minha pessoa, pergunto: o que difere o sistema público de saúde da Paraíba com o oferecido pelos demais estados da União? As organizações sociais (OSs) que atuavam em nosso “sublime torrão” causaram danos ao erário público ou ofereceram um serviço de qualidade para aqueles que buscavam atendimento em hospitais da rede pública?

O que está por trás dessa verdadeira grita fictícia na busca de colocar o sistema de saúde da Paraíba como um grande vilão? Vilão esse açoitado em um pavilhão de guerra no qual moribundos têm seus membros amputados sem anestésicos? Qual o motivo de, só agora, meia dúzia de jornalistas, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e agentes políticos clamarem por uma saúde humanizada?

Parece-me que a Paraíba, até o governador João Azevêdo (sem partido) informar que cessaria os contratos com todas as OSs, entrou numa espécie de “Idade das Trevas” patrocinada pelos que usufruíram do dinheiro público por décadas. Agora indago: a atitude do chefe do Executivo estadual feriu de morte os que recebiam e ainda recebem “agrados” das OSs, ou não?

E aqui digo, sem medo de ser feliz: o povo tem total direito de cobrar e receber um atendimento de saúde pautado no humanismo, mas como falei antes, o Brasil ainda é uma terra de contrastes amargos. Os mecanismos públicos de saúde, sejam eles na esfera municipal, estadual e federal necessitam de fortes reformulações.

Agora, leitor, diante desse grande “comoção”. Comoção essa repentina, você acha que as organizações sociais que atuavam na Paraíba de forma criminosa têm lastro econômico para criar um cenário de caos fictício na saúde paraibana com o intuito de retornarem à terra de Ariano Suassuna? Ah, devidamente “acompanhado” de Chicó e João Grilo para disseminar a mentira que elas (as OSs ) são insubstituíveis?

Elas, as OSss, podem comprar pessoas para disseminar fake news? Ou são “instituições” filantrópicas sem a menor intenção de terem vantagens financeiras milionárias de forma ilegal?

Para terminar, cito Augusto dos Anjos, naquela linha de raciocínio inicial do texto, na sua bela e assertiva poesia.

Segue: “Versos Íntimos”

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Eliabe Castor
PB Agora

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