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Opinião: a hora é de bom senso, e não de um racha entre Azevêdo e os Ribeiro em plena pandemia

Agora não há mais dúvida: temos 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro. Até então a ciência achava que tínhamos 100 bilhões, mas era um número aproximado, sem comprovação. Revistas e publicações especializadas apontam para o percentual exato. E para que servem esses “danadinhos”? Bem, dentre tantas funções, a transmissão e processamento de informações são fatores fundamentais para a chamada sinapse.

E são essas transmissões e informações que moldam o caráter da pessoa. É claro que estou explicando de forma rasa todo o esquema. Não sou neurologista. Mas sei que as ações tomadas em milionésimos de segundo repercutem de forma substancial na vida humana. Dito e feito: saio desse campo da ciência para outro. A política.

E o que vem a ser comentado, especulado, e até defendido por alguns com imenso vigor é um cisma entre o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), a senadora Daniella Ribeiro, da mesma legenda, estando o governador João Azevêdo (Cidadania) no epicentro do imaginado e imaginário cataclismo.

A luta….

A Paraíba inteira sabe as intenções da parlamentar. Ser candidata ao governo do Estado em 2022, fato, claro, que desafia Azevêdo. Inclusive trocas de farpas foram lidas, vistas e ouvidas nos últimos dias envolvendo os dois agentes políticos. O que é natural em um processo de ampla democracia.

Já Cícero Lucena preferiu a neutralidade, não por falta de audácia e, sim, pela própria experiência no caminho longevo da sua vida pública. E está ele correto, pois o momento não é de discordância, e sim de concordância. Especialmente em um período tão delicado, quando a Covid-19 ceifa vidas, centenas, mais de mil, a cada dia por todo o país. Coloca esse monstro invisível de joelhos a economia dos estados, municípios e do próprio país.

E para completar a tempestade perfeita, há um presidente da República que atende pelo nome Jair Bolsonaro (sem partido) como um negacionista. Sua postura é patética. O senhor da cloroquina não sabe o que diz e faz. Na sua busca de permanecer no poder comprou o “Centrão” a preço de ouro, e não há garantia alguma de um retorno político à altura.

Então se faz importante lembrar que seus gestos afetados foram responsáveis, de maneira incisiva, à proliferação do vírus, ao ponto do Brasil chegar à segunda onda da enfermidade sem a logística necessária para combatê-la.

Não é hora para disputas políticas e paroquiais antecipadas

Então, antecipar um jogo de poder em dias atuais é, no mínimo, conflitante. Daniella Ribeiro acendeu a pira, João Azevêdo revidou no mesmo tom, e Lucena, de forma sábia – não desmerecendo governador e a senadora – se colocou na figura de conciliador. Em tempo, a população, hoje, está preocupada com o modo de sobrevivência, especialmente os mais carentes, já que o auxílio emergencial foi sepultado por Bolsonaro e seu ministro da economia, Paulo Guedes, deixando milhões de brasileiros em grau de miséria e pura fome.

Daí importante observar os rompantes da senadora, a defesa de Azevêdo e a diplomacia de Cícero Lucena. Que todos cheguem a um acordo político que interesse à sociedade paraibana. Afinal, não temos mais pão e circo. Só mortes causadas pela pandemia. Ou os agentes políticos precisam perceber isso, estando a bancada estadual, federal e câmeras municipais e em consonância com o Executivo nas três esferas de poder, ou a canoa chamada Paraíba começará a fazer água.

Enfim, o mais prudente é que as lideranças políticas do Estado sentem à mesa, ponham suas armas bélicas na porta de entrada do recinto das discussões e observem que um mais um é sempre mais que dois. É o que o povo espera, é o que o bom senso indica.

 

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