Categorias: Política

Operação binacional compartilha informações contra 10 integrantes da igreja do bispo Edir Macedo

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Duas caixas de documentos enviadas ontem pelo Ministério Público de São Paulo para a promotoria criminal de Nova York selam o início efetivo de uma parceria entre autoridades brasileiras e norte-americanas na investigação criminal contra o bispo Edir Macedo e mais nove representantes da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles são acusados de formação de quadrilha, estelionato, desvio de recursos e lavagem de dinheiro em território norte-americano. O MP investiga movimentação de cerca de US$ 862,5 milhões por meio de empresas abertas em paraísos fiscais.

O acordo de cooperação prevê que as investigações sejam conduzidas pelos Estados Unidos, mas promotores brasileiros poderão acompanhar a quebra de sigilos fiscais e bancários de pessoas ligadas à Universal. Segundo investigações preliminares, a Igreja comandada por Edir Macedo enviou numa única remessa cerca de US$ 1,8 milhão para uma conta aberta nos EUA.

De acordo com a papelada já enviada pelos promotores brasileiros à divisão de combate a fraudes e crimes financeiros de Nova York, esse dinheiro seria oriundo da contribuição de fiéis da igreja durante cultos religiosos. A remessa, segundo promotores de Justiça, seria ilegal porque foi feita à revelia do Banco Central do Brasil e porque a Constituição brasileira determina que os recursos recolhidos em cultos religiosos sejam aplicados em obras de caridade e manutenção de templos.

Não é a primeira vez que a divisão de combate a fraudes e crimes financeiros vai investigar desvios de recursos feitos por igrejas. No ano passado, os promotores norte-americanos conseguiram bloquear e confiscar mais de US$ 5 bilhões de instituições religiosas com sede na terra de Barack Obama. O dinheiro era doado por fiéis e acabava financiando emissoras de rádio, televisão e a vida de luxo dos pastores que administravam os recursos.

Em uma primeira etapa, os promotores norte-americanos e brasileiros vão começar a investigar as contas da Universal nos Estados Unidos. A ideia é quebrar o sigilo financeiro e fiscal de seis empresas com sedes em quatro estados. De lá, as investigações seguirão para o Brasil. Aqui, serão avaliadas duas empresas (Unimetro e a Cremo), ligadas à Universal, que fizeram transferência financeira para as empresas com sede nos EUA.

Bloqueio
O Ministério Público de São Paulo já enviou documento aos EUA pedindo que sejam bloqueadas 16 contas bancárias movimentadas pelo grupo suspeito e apreendidos documentos que comprovem que o dinheiro saiu do Brasil irregularmente. Juntas, essas contas movimentaram cerca de US$ 862 milhões em 15 anos. As empresas localizadas em paraísos fiscais norte-americanos que serão alvos de investigação por estarem supostamente ligadas à Universal são: Milano Finance, Florida Financial Group, Pelican Holdings, Ourinvest, Dartley Holdings e a Beacon Hill, que já foi fechada pela promotoria de Nova York por causa de remessa ilegal de fundos para ilhas fiscais no México.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a lavagem do dinheiro orquestrada por Edir Macedo funcionava da seguinte maneira: os pastores pegavam a contribuição dos fiéis e a Universal repassava para a Unimetro e para a Cremo que, por sua vez, mandavam para duas empresas fora do Brasil, a Investholding e a Cableinvest. As duas têm sedes em paraísos fiscais e também são controladas pelo grupo de Macedo, segundo os promotores. Em seguida, o dinheiro voltava ao Brasil na forma de empréstimos a pessoas físicas ligadas a Edir Macedo.

Com os empréstimos feitos pelo grupo de Macedo na Investholding e na Cableinvest, de acordo com os promotores, foi comprada por US$ 22 milhões a TV Record do Rio de Janeiro, em 1992. Em seguida, os bispos compraram a TV Record de Itajaí, em Santa Catarina, e passaram a expandir o negócio. Nenhum integrante da Igreja Universal quis comentar as acusações e a participação das autoridades estrangeiras nas investigações. Ontem mesmo, a assessoria jurídica da instituição religiosa mandou representantes aos Estados Unidos para contratar empresas para defendê-la perante a promotoria de Nova York.

Os acusados

Edir Macedo

Alba Maria da Costa

Edilson da Conceição Gonzáles

Honorilton Gonçalves da Costa

Jerônimo Alves Ferreira

João Batista Ramos da Silva

João Luís Dutra Leite

Maurício Albuquerque e Silva

Osvaldo Scriorilli

Veríssimo de Jesus
 

 

 

 

Estadão

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