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Na Paraíba, W.O. não entra em campo

Falar em eleição sem disputa na Paraíba é quase uma utopia. Num estado onde a política pulsa em cada canto, pensar em “W.O.” eleitoral é desconhecer o nosso histórico de embates acirrados e projetos que se cruzam no meio do caminho. Aqui, sonhar com um cargo público — seja na Assembleia, no Tribunal de Contas da Paraíba ou no próprio Governo do Estado — nunca foi tarefa simples.

O exemplo mais recente é o do deputado Tassiano Diniz, que ‘até ontem’ corria por fora na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. O cenário parecia lhe favorecer, mas o nome de Tião Gomes (PSB) voltou à cena com força, após ser liberado de questionamentos pela Polícia Federal nas investigações da Calvário. A partir daí, o jogo mudou: o que antes parecia tranquilo, agora promete ser uma queda de braço intensa. E há quem diga que, além desses dois, outros nomes podem surgir no meio do caminho, a exemplo – o da senadora Daniella Ribeiro (PP).

A mesma lógica vale para a presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba na sucessão de Adriano Galdino. Hoje vice-presidente da Casa, Felipe Leitão (Rep) já declarou abertamente sua intenção de disputar o comando se for reeleito. Do outro lado, o deputado Wilson Filho (Rep) também deixou claro que não pretende ficar de fora e que sonha presidir o Poder Legislativo. Ambos são aliados de envergadura, com laços políticos relevantes, mas a equação só fecha para um.

O sonho é coletivo, mas a realização é solitária.

E não para por aí. O governo estadual, mesmo com a naturalidade do nome de Lucas Ribeiro (PP) surgindo na linha de frente, dificilmente terá uma eleição “de chapa única”, que reúna toda a base governista. A história recente mostra isso: a cada pleito, três, quatro ou até mais candidaturas aparecem na corrida. Basta lembrar João Pessoa, que nos dois últimos pleitos municipais teve mais de dez postulantes ao cargo de prefeito. A Paraíba vive de projetos que se sobrepõem, de alianças que se refazem e de articulações que mudam o rumo de qualquer cenário.

Aqui é assim: hoje não mais existe espaço para imposição ou “tapetão”. Quem quer vencer precisa correr, se articular, correr por fora, costurar apoios e, acima de tudo, ter fôlego para aguentar a disputa até o apito final.

Na Paraíba, sonhar todo mundo sonha, mas realizar é para quem sabe jogar o jogo de verdade.


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