Categorias: Política

MST fecha acordo com empresa suíça para exportar soja

PUBLICIDADE

Apesar de criticar o agronegócio brasileiro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começa a exportar soja para a Europa. A produção vem de terras de um assentamento no Mato Grosso do Sul. Na Europa, a distribuição e comercialização será realizada pela empresa suíça Gebana, especializada em agricultura orgânica. Essa, porém, será a primeira vez que uma produção de uma terra da reforma agrária nas mãos do MST chega aos mercados internacionais.
 

“Estamos trabalhando com o MST e nossa esperança é a de conseguir colocar a produção dessas terras em um mercado premium na Europa”, afirmou ao Estado o presidente da Gebana, Adrian Wiedmer. “Queremos mostrar que há espaço para essas exportações e que elas não precisam seguir o modelo do agronegócio tradicional que vigora na região (Centro-Oeste) do Brasil”, disse.

 

A Gebana já está no Brasil há doze anos. Mas até agora trabalhava apenas com agricultura familiar. O principal foco da empresa era o estado do Paraná. “Nossos principais interlocutores eram pequenos fazendeiros e famílias dispostas a trabalhar com produtos orgânicos”, explicou Wiedmer.

 

No final do ano passado, porém, a empresa decidiu ir além e fechar negócios com o MST. A proposta é de que os assentamentos produzam gergelim orgânico e soja para o mercado internacional. “Esses produtores agora já ingressam na cadeia produtiva em um segmento de alta gama, com um produto diferenciado”, afirmou o presidente da empresa.

 

No Mato Grosso do Sul, o assentamento escolhido foi de Ponta Porã, onde 80 famílias passaram a produzir soja. 30 hectares foram escolhidos para a produção destinada ao mercado europeu. A empresa garante que paga 40% a mais pela soja orgânica produzida por meio desse acordo que o mercado local gastaria com esses produtores.

 

Wiedmer admite que existem alguns obstáculos na expansão da cooperação entre a empresa e o MST. “Muitos agricultores desses assentamentos não tem experiência na produção. Estamos tentando superar esse obstáculo”, afirmou.

 

Outra meta é garantir ganhos sociais para esses trabalhadores rurais. “Como muitos não tem experiência na produção, acabam arrendando as terras que recebem da reforma agrária. Isso não é um bom resultado, já que continuam dependentes do que outros produzem. Nosso objetivo é o de também conseguir que esses trabalhadores rurais passem a atuar em suas terras como agricultores”, afirmou o presidente da empresa.

 

Além do Brasil, a Gebana também atua em países africanos, como Burkina Faso. Os europeus estimam que, diante da difusão da soja transgênica, haverá um nicho de mercado cada vez mais claro para a soja orgânica. “A soja orgânica irá até mesmo gerar uma renda maior a esses produtores”, afirmou.

Hoje, a Gebana atua em alguns dos maiores mercados europeus e nos Estados Unidos.

 

estadao.com.br

PUBLICIDADE

Últimas notícias

OPINIÃO: Mais uma vez, o discurso necessário de Adriano

O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, mais uma vez aproveita uma solenidade…

3 de maio de 2024

Secretário de Educação da PB evita falar em crise e diz que cabe ao Republicanos resolver com governador impasse na pasta

Crise estancada. O secretário da Educação do Governo da Paraíba, Roberto Souza, em entrevista nesta…

3 de maio de 2024

Projeto do ‘Combustível do Futuro’ relatado por Veneziano é apontado como opção consolidada para descarbonização

A aprovação do PL do Combustível do Futuro consolida o biodiesel como um dos principais…

3 de maio de 2024

Bruno diz que reforma administrativa vai continuar e cobra compromisso de auxiliares: “Governar com quem quer ajudar”

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), afirmou que novos nomes deverão…

3 de maio de 2024

Receita de JP já concedeu mais 450 isenções tributárias a empresários que desejam investir no Centro

A Secretaria da Receita (Serem) da Prefeitura de João Pessoa já concedeu mais de 450…

3 de maio de 2024

Você sabia? unidades de saúde da PB devem comunicar indícios de maus-tratos e violência contra idosos

Unidades de saúde em todo o estado devem comunicar aos órgãos sobre indícios de violência…

3 de maio de 2024