Reportagem do jornal O Globo aponta que a relação entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi recomposta após um período de desgaste político. A avaliação foi feita pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que afirmou que o ano termina com uma interlocução em outro patamar entre o governo federal e o comando da Casa.
Segundo Guimarães, o clima de tensão se intensificou durante a tramitação de matérias sensíveis, como o projeto da Antifacção, a MP do IOF e a proposta de reorganização dos ministérios. No entanto, de acordo com o líder governista, o diálogo foi retomado e produziu resultados positivos.
— Terminamos o ano com um saldo político positivo. A relação estava estrangulada, houve acirramento, mas o diálogo foi retomado e foi vitorioso — afirmou Guimarães, em conversa com jornalistas, conforme registrou O Globo.
O líder do governo atribuiu a recomposição a um esforço contínuo de negociação, com participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele citou uma reunião realizada na última segunda-feira entre Haddad, Motta e a liderança do governo para tratar da redução das renúncias fiscais e da regulamentação da reforma tributária, pautas que acabaram aprovadas nesta semana.
Na avaliação do petista, as últimas votações destravaram agendas consideradas difíceis e ajudaram a mudar o ambiente político no Congresso.
— Estamos encerrando o ano com um saldo político grande — disse.
Sobre a gestão de Hugo Motta à frente da Câmara, Guimarães minimizou episódios de tensão envolvendo parlamentares bolsonaristas na Mesa Diretora, classificando-os como pontuais. Para ele, o presidente da Casa sai politicamente fortalecido ao final do ano, com a imagem de alguém capaz de conduzir votações complexas e entregar resultados.
Ainda segundo O Globo, a recomposição com Motta ocorre paralelamente a uma mudança estratégica no primeiro escalão do governo. O presidente Lula anunciou a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo e deve nomear Gustavo Feliciano, filho do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB) e aliado de Motta na Paraíba. Para Guimarães, a indicação contribui para ampliar a base de apoio do governo no Congresso.
— A expectativa é costurar uma base de pelo menos 257 votos — afirmou.
O líder governista também comentou a turbulência envolvendo o projeto da Dosimetria, atribuindo o episódio a falhas de coordenação interna no PT. Segundo ele, houve um acordo de procedimento na CCJ, e não de mérito, e faltou diálogo prévio entre a articulação no Congresso e o comando político do Planalto.
Guimarães ainda abordou o avanço das emendas impositivas, criticando a ampliação do instrumento, mas descartando qualquer rediscussão do tema neste momento. Por fim, ao comentar operações recentes envolvendo parlamentares da base, adotou tom cauteloso e disse confiar no funcionamento das instituições de controle, ressaltando que não vê impacto direto no ambiente político do Congresso.
De acordo com a reportagem de O Globo, o governo encerra o ano apostando na recomposição política e na aprovação da agenda econômica como base para uma relação mais estável com a Câmara em 2026.
Confira a íntegra AQUI
PB Agora








