A coordenadora estadual do Levante Popular da Juventude na Paraíba, Mariana Davi, explicou que a vinda dos ex-presidentes à Paraíba representa, para o movimento, uma demonstração de que o povo paraibano não aceita que o “governo golpista” se aproprie de obras que foram construídas por um governo legítimo.
“Apesar de a obra não ter dono e ser uma conquista do povo nordestino, é preciso que a gente demarque, politicamente, quem foi que realizou esse projeto que é tão ambicioso e demandou tantos investimentos. Quem construiu foram os governos eleitos democraticamente, e a execução dessa obra faz parte de um projeto político que tem como prioridade beneficiar, de fato, a população mais pobre, o que é o oposto do que está sendo colocado agora no governo de Michel Temer, que vem retirando direitos e propondo diversas reformas que vão afetar, principalmente, a classe trabalhadora”.
O projeto de Transposição do Rio São Francisco vem sendo debatido desde o Brasil Império, e em 1847 já existiam projetos para trazer as águas do rio até o Ceará. Em 1879, o imperador Dom Pedro II, alarmado com a situação de seca vivida pelo Nordeste, se preocupou em encomendar estudos que pudessem viabilizar a distribuição das águas para as áreas afetadas pelas secas, o que não foi possível. A transposição A Transposição do Rio São Francisco tem 477 quilômetros de extensão e está organizada em dois eixos, o Norte e o Leste, que incluem nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, quatro túneis, 13 aquedutos, nove subestações de energia e 270 quilômetros de linhas de transmissão. O projeto está orçado em R$ 9,6 bilhões, e tinha, até o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, em agosto do ano passado, quase 90% de suas obras concluídas.
O Eixo Leste da obra, que já foi concluído, tem 217 quilômetros de extensão e vai garantir o abastecimento hídrico de 168 municípios da Paraíba e de Pernambuco, inclusive de Monteiro e Campina Grande.
O Eixo Norte tem 260 quilômetros de extensão e começa em Pernambuco, seguindo para o Ceará e depois para a Paraíba, terminando o percurso em Cajazeiras. De acordo com o governo, a etapa tem 95% de suas obras concluídas e deve ser inaugurada no segundo semestre de 2017.
Quando finalizada, a Transposição do Rio São Francisco irá beneficiar um total de 12 milhões de pessoas, distribuídas em 390 municípios dos estados da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
De acordo com o historiador, professor universitário e pesquisador do Semiárido, Jonas Duarte, essa situação incentivou a criação, em 1909, do Instituto de Obras Contra as Secas (Iops), que depois viria a se tornar o atual Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs).
Segundo ele, a partir do lançamento de obras escritas pelo agrônomo Guimarães Duque, em meados do século XX, surgiu a ideia de que a solução para o Semiárido era não somente a chegada da água, mas também o aproveitamento do potencial ecológico da região. “Durante a década de 2000, surgiu a perspectiva mais atual sobre o Semiárido de que é preciso conviver com a semiaridez. Foi baseado nisso que muitos movimentos sociais foram contra o projeto de Transposição, pois eles achavam que a realização não seria necessária”, explicou o professor.
De acordo com Duarte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, compactuam da visão de que a água e a transposição das bacias do São Francisco são a base para a solução dos problemas enfrentados pela população do Semiárido.
Redação
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