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Maranhão: fotografia 3×4

Muito longe, mas muito longe mesmo das discussões políticas, tem muita gente na Paraíba que torce para que o governo Maranhão III dê certo. Aliás, que o governo dê certo, seja ele Maranhão ou não.

São aqueles paraibanos que andam quilômetros para pegar água, que faltam aula porque não tem transporte, que morrem em casa porque não tem atendimento hospitalar, que investem em Pernambuco porque não tem perspectiva de negócios na Paraíba, entre tantos outros, que só desejariam viver numa terra próspera e social.

Nestes cem dias do governo Maranhão III, mais do que refletir sobre o desempenho da atual gestão, seria preciso avaliar se há razões para o paraibano comemorar o quadro atual que a Paraíba se insere. Porque qualquer recorte que se fizer de “cem dias”, seja de Maranhão ou de qualquer um outro, vai parecer uma fotografia 3×4, daquelas que não apresentam riquezas de detalhe e servem apenas para fins documentais.

Os cem dias de Maranhão, pois bem, se confundem entre finalização de algumas obras do governo Cássio, a exemplo do Banco de Olhos e do Centro de Convivência do Idoso em João Pessoa, e um rosário de promessas futuras, como a Translitorânea e reconstrução de hospitais estado adentro. Aliás, a palavra “anunciar” tem se tornado a tônica conceitual do governo Maranhão III. Ela só terá validade, claro, se for convertida no verbo “inaugurar”.

Em resumo, Maranhão transformou os cem primeiros dias de governo quase numa campanha de Guia Eleitoral onde o candidato diz que vai fazer isso ou aquilo caso eleito. Não pode, no entanto, esquecer que é o governador e que tem o tempo como inimigo.

Ninguém, por mais perspicaz que seja, pode avaliar promessas. Porque as promessas são, digamos assim, inefáveis. Podem vir de todos os tamanhos e anunciando as mais indizíveis proezas. São promessas. Não tem limites senão a imaginação do autor.
 

Talvez, já que não houve transição e que Maranhão sinalizar não ter projetos definidos para a terceira versão, fosse melhor nem tocar na história dos “cem dias”.

O projeto da Translitorânea é algo espantosamente benéfico para a população do litoral paraibano, que de falta d’água dificilmente morrerá nos próximos 30 anos. A idéia de colocar em funcionamento mais de 30 hospitais no Estado, entre eles o de Emergência e Trauma de Campina também.

A idéia de reduzir os índices de violência e as taxas de analfabetismo no Estado no mesmo tanto. Aliás, a previsão de liberação e de investimentos de R$ 1 bilhão em obras é algo para encher o coração de esperanças.

Tudo bem. Tudo isso é lindo e maravilhoso.

Mas até agora, por enquanto, só podemos dizer que estamos vendo hospitais sem receber verbas do Estado, crianças sem transporte escolar e até policiais sendo assaltados nas ruas. Todos problemas do cotidiano, do dia a dia real dos governos.
 

Claro que é preciso dar crédito para os próximos cem, duzentos e trezentos dias que virão.

Mas, como diria o poeta, o tempo tem pés velozes. E não há promessa que se perpetue como tal. Nem há esperança que dure eternamente.
 


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