Depois de ter partido, literalmente, para o sacrifício ao renunciar ao mandato de deputado federal nas eleições de 2016 para assumir o posto de vice-prefeito de João Pessoa, o ex-deputado Manoel Júnior (PMDB) corre o risco de ver a estratégia não surtir o efeito desejado e pode levar uma rasteira nos próximos meses.
Nos bastidores a informação é de que o peemedebista teria um acordo de gratidão com o PSDB, que surtiria efeito em 2018. Na articulação, sobraria, de bandeja, para o vice, o comando da Capital.
Mas, pelas declarações e sinais que vêm sendo dados por membros da ala tucana, a expectativa é que o PSDB lance uma candidatura própria, deixando cair por terra a tese da união das oposições no primeiro turno, em torno do nome do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), para a disputa pelo Governo do Estado.
Sem a garantia do apoio do PSDB, Cartaxo já trabalha nos bastidores o “Plano B” – que é o de permanecer no comando da prefeitura de João Pessoa, frustrando assim o sonho de Júnior de assumir a titularidade da gestão da Capital. E Lucélio seria o nome que substituiria o irmão, só que na disputa pelo Senado Federal.
Júnior, dessa maneira, teria que aguentar mais dois anos como vice prefeito, e se conformar a disputar voto a voto nas eleições de 2020, como sucessor de Cartaxo, ou, já em 2018, voltar a disputar uma vaga de deputado federal.
As especulações surgiram depois que o deputado estadual Bruno Cunha Lima (PSDB) admitiu ser possível o lançamento de duas candidaturas ao Governo do Estado pelo bloco das oposições, apesar de julgar que não seria necessário.
Bruno foi mais além e lembrou que o prefeito de João Pessoa, por exemplo, ainda não é tão conhecido como outros nomes do grupo.
“O dever de casa do prefeito Romero e do prefeito Cartaxo seria rodar o estado e se tornarem conhecidos, no popular, gastar sola de sapato para se tornarem conhecidos tanto quanto é conhecido o senador José Maranhão e o senador Cássio Cunha Lima. Gostem ou não, eles são conhecidos em todo o Estado”, disse.
O tucano ainda defendeu a divulgação do modelo de administração do PSDB, em Campina Grande, como um dos cartões de visita do partido para o próximo pleito.
E novamente ponderou: “Em nenhum momento defendi duas candidaturas. Não acho necessário. Apenas admiti, diante de uma pergunta de um repórter, que seria possível, como em outros Estados em que a oposição se uniu no segundo turno”.
Gratidão zerada
Como o PSDB abdicou da candidatura própria e dos espaços na gestão municipal de João Pessoa nas eleições da Capital, em 2016, outra tese é de que o partido de Cássio já teria a dívida de gratidão sanada com Manoel Júnior, ninguém devendo mais favor a ninguém.
PB Agora