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Manifestantes pedem renúncia de presidente na Guatemala

A Guatemala enfrenta uma das piores crises políticas dos últimos anos depois que o presidente, Álvaro Colom, foi acusado de envolvimento em um assassinato.

O advogado Rodrigo Rosenberg, de 47 anos, foi morto a tiros no domingo. Antes do homicídio, ele gravou um vídeo afirmando que seria assassinado e afirmou que os responsáveis por sua morte seriam o presidente, a primeira-dama e outras autoridades.

Centenas de pessoas participaram nesta quarta-feira de manifestações na capital da Guatemala, Cidade da Guatemala. Parte dos manifestantes pediu a renúncia do presidente devido à acusação, enquanto outros saíram às ruas para mostrar apoio a ele.

O presidente alega inocência e afirmou que não vai renunciar ao cargo, mesmo com a pressão da oposição, que quer sua saída da Presidência para que garantir uma investigação independente do crime.

“Desta casa só saio morto. Não assassinei ninguém, não sou traficante de drogas e nunca fiz planos contra a oposição”, disse Colom.

Empresário assassinado

Rosenberg afirmou no vídeo que sua morte foi decidida devido ao fato de ele ter provas sobre a suposta participação de Colom e de alguns de seus colaboradoras próximos no assassinato de um empresário, Khalil Mussa, e de sua filha, Marjorie, no dia 14 de abril.

Segundo o testemunho do advogado, Mussa, que era membro da direção do Banco de Desenvolvimento Rural (Banrural) da Guatemala, foi assassinado por ter se negado a encobrir “negócios ilegais e milionários, que ocorrem todos os dias” na instituição.

“Se você está vendo este vídeo é porque eu, Rodrigo Rosenberg Marzano, fui assassinado pelo secretário particular da Presidência, Gustavo Alejos, e seu sócio, Gregorio Valdez, com a aprovação do senhor Álvaro Colom e de Sandra de Colom (a primeira dama)”, afirmou o advogado na gravação.

O presidente Álvaro Colom afirma que as acusações são “parte de um plano” para desestabilizar o governo.

Apreensão social

O diretor da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), entidade ligada à ONU, Carlos Castresana, afirmou que o caso provocou apreensão social e está afetando a governabilidade do país.

Castresana, que também será responsável pela investigação do caso junto ao FBI (a polícia federal americana), pediu ao presidente Colom que “se afaste da investigação” para dar garantias de transparência ao processo.

“É preciso desarticular as estruturas clandestinas que estão operando dentro do poder”, afirmou. “Não pedimos renúncias. O que queremos é que a investigação seja transparente”, acrescentou.

Em 2008 foram registrados em média 17 assassinatos por dia na Guatemala, que tem uma população de apenas cerca de 13 milhões de habitantes.

BBC

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