Mais um político da Paraíba unifica ‘discurso e a prática’

Depois de político pessoense, agora é um campinense que ganha destaque por unificar o ‘discurso e a prática’

Na vida, assim como na política, o fruto de cada palavra retorna para quem a pronunciou, seguindo sempre a máxima de que ‘quem planta colhe’. No entanto, sincronizar discurso e prática é por vezes um dos maiores obstáculos, tanto na política quando na administração pública.

Defender algo e, quando pode, não poder concretizá-lo gera descrença, principalmente em quem comprou como verdade o discurso que foi pronunciado. Entre 2012 e 2013 duas figuras da política da Paraíba, uma de Campina Grande e outra de João Pessoa ganharam destaque por sincronizar discurso e prática, ou seja, não só falar, mas também fazer o que defendia.

O primeiro a ganhar notoriedade hoje não exerce a titularidade de nenhum mandato, não porque não quis, mas sim porque cumpriu com a palavra dada. Trata-se do ex-vereador de João Pessoa, Geraldo Amorim (PDT), que hoje exerce o cargo de Secretário Municipal de Segurança Pública. Vereador por duas vezes, Amorim nunca concordou com o terceiro mandato consecutivo no parlamento e como já exercia sua segunda legislatura, abdicou da reeleição para não bater de frente no próprio discurso nas eleições municipais de 2012 e cair na descrença popular.

Agora, em 2013, quem se destaca é o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB. Alvo de críticas por não solucionar a problemática do Passe Livre para os estudantes na cidade, o tucano voltou aos holofotes da mídia por, à época em que exercia o mandato de deputado federal, ter sido autor do projeto que solicitava o transporte gratuito para todos os estudantes do país.

Como parlamentar Romero tinha uma tese, mas como prefeito teve o próprio discurso colocado em xeque, porém acabou surpreendendo, pondo o discurso em prática e enviando para a Câmara Municipal da cidade um projeto do executivo solicitando o Passe Livre Municipal.

O prefeito frisou que está respondendo às demandas da população dentro da esfera de competência do governo municipal. De acordo com o projeto, os recursos para garantir o passe livre ao estudante matriculado nas escolas da rede municipal serão provenientes do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) somado a recursos próprios. Segundo a secretária de Educação, Verônica Bezerra, os técnicos da Secretaria estão trabalhando no levantamento do número de alunos que deverão ser beneficiados com a iniciativa.

Lembrando que foi aluno da rede pública do ensino básico ao universitário, Romero destacou a legitimidade das reivindicações. “Respeito, louvo, estou aplaudindo o movimento que tem a defesa de vários temas com propostas em favor do povo brasileiro”, declarou.

O chefe do executivo campinense agora aguarda a decisão do legislativo para que sua ação pronunciada seja também concretizada. O tucano possui a maior bancada no parlamento municipal e só encontrará dificuldades para não aprovar o projeto se for alvo de traição dos próprios vereadores aliados.

A votação do passe livre municipal em Campina Grande deve ser votada nos próximos dias e promete agitar a Casa Félix Araújo, na Rainha da Borborema.

Passe livre em João Pessoa

O prefeito Luciano Cartaxo (PT) também poderia entrar no roll dos que unificam discurso e prática, mas acabou tropeçando nas próprias palavras ao discursar, durante campanha eleitoral, em 2012, que, se eleito, implantaria o passe livre não só na rede municipal, mas também na rede estadual.

Vários alunos do Lyceu Paraibano na Capital se agarraram à declaração do gestor, exibindo a gravação da promessa, para tentar forçar o cumprimento da extensão do benefício para os secundaristas da rede estadual, porém, o passe livre estudantil na Capital só foi concedido para os discentes da rede municipal.

Márcia Dias

PB Agora