Categorias: Política

Maia roda o país em busca de maior popularidade e apoio para a Previdência

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Prestes a se declarar oficialmente candidato à presidência da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não está poupando esforços para conquistar 10% das intenções de voto até abril. Esse é o patamar que ele quer atingir para ser considerado, de fato, um candidato viável para as eleições de outubro. Na busca por apoio, a agenda do deputado tem incluído encontros com governadores e líderes partidários nos últimos dias. Até ontem, ele já podia contar com a aprovação e provável engajamento do PP e do Solidariedade numa eventual campanha. Agora, mira no PSD, no PR e no PSC.

 

Ontem, o presidente da Câmara recebeu para um café da manhã na residência oficial o ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos principais caciques do PR. O partido ainda se recusa a fechar questão sobre a reforma da Previdência, que seria o motivo do encontro, mas é considerado um forte aliado em potencial para a candidatura ao Palácio do Planalto. Já o almoço foi em Florianópolis, com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD). Colombo é do partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também tem intenção de substituir Michel Temer no Planalto e com quem Maia disputa, além da atenção do centrão, a paternidade da reforma da Previdência. O ex-senador Jorge Bornhausen e o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) também participaram da reunião.

Ainda que a mesma pauta econômica e reformista seja defendida por Meirelles, Maia tem algumas cartas na manga. Uma delas é a juventude, já que ele tem 47 anos, contra os 72 de Meirelles. A equipe do parlamentar apostará nessa vantagem para conseguir os votos de eleitores mais novos — 36% do eleitorado brasileiro é formado por pessoas de 16 a 34 anos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outra vantagem é o bom trânsito no Congresso, tendo feito uma presidência considerada de sucesso na Câmara. Pessoas próximas ao parlamentar também apontam como positivo o fato de o presidente Michel Temer ter sinalizado preferir Meirelles na Fazenda do que no Planalto, embora ele tenda a apoiar governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), como sucessor.

Na quarta-feira, Maia se encontrou com os presidentes do PP, Ciro Nogueira (PI), e do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), que se mostraram inclinados a apoiá-lo na disputa presidencial. Paulinho, que é presidente da Força Sindical, se opõe à candidatura de Meirelles, que é o principal concorrente de Maia. Além dos parlamentares, dois ministros do governo Michel Temer participaram do encontro: Alexandre Baldy, das Cidades, e Mendonça Filho, da Educação. No mesmo dia, o deputado esteve em um evento em Vitória (ES) e aproveitou para discutir os rumos da eleição com o governador baiano ACM Neto, que será presidente do DEM a partir de fevereiro, e com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB), um dos nomes cogitados para integrar a chapa como vice.

 

Previdência

Maia juntou o útil ao agradável ao unir as agendas da campanha e da principal pauta política atual, que é a reforma da Previdência. A estratégia dele para conseguir os pelo menos 40 votos que faltam para pautar a matéria com sucesso tem sido viajar o país, encontrar os governadores e convencê-los da necessidade de se atualizar as regras de aposentadoria e pensão ainda este ano. “Vamos tentar construir a participação dos governadores neste debate”, disse Maia, em uma rede social. Nessas viagens, ele aproveita para discutir os rumos das eleições.

Ao buscar votos, mesmo não tendo a obrigação operacional de fazer isso, o presidente da Câmara “sinaliza engajamento para o governo, para os aliados, mas também para o mercado financeiro”, explicou o analista político Leandro Gabati, diretor da Dominium Relações Governamentais. Após a agência de classificação de risco Standard and Poor’s ter rebaixado, ontem, a nota de crédito do Brasil de BB para BB-, essa sinalização é importante tanto no convencimento dos parlamentares quanto para encorpar o discurso eleitoral. Sem reforma da Previdência, o país pode voltar a ser rebaixado —- assim como a candidatura de Maia e Meirelles.

 

Redação com Correio Braziliense

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