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Haddad, Bolsonaro e Ciro viram os holofotes para o Nordeste atrás de votos. Veja como está a situação de cada um na Paraíba

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Nem São Paulo, nem Rio de Janeiro. O último e mais importante colégio eleitoral onde os candidatos à Presidência da República concentram esforços, na reta final da campanha, é a Região Nordeste. Reduto do Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições, os nove estados, somados, representam quase 30% do eleitorado e têm recebido fortes investidas, tanto de Jair Bolsonaro, do PSL, quanto de Ciro Gomes, do PDT.

 

O capitão reformado, que não mede esforços para levar a eleição em primeiro turno, começou a divulgar mensagens diretas aos nordestinos pelas redes sociais. Ontem, em entrevista a uma emissora de rádio de Recife, ele adotou um discurso de solidariedade ao ex-presidente Lula. “Eu lamento o Lula estar nesta situação, preso. Mas ele está colhendo o que plantou”, disse. Ciro, que lidera apenas no Ceará, ainda acredita que pode crescer nos estados vizinhos e tenta se consolidar como via alternativa. Na Paraíba quem ganha ainda é Haddad com 26%, seguido por Bolsonaro 19% e Ciro 16%.

Segundo a última pesquisa divulgada pelo Ibope, são 15 pontos percentuais que separam o petista Fernando Haddad (36%) do segundo colocado, Jair Bolsonaro (21%), na região. Na terceira posição aparece Ciro Gomes, com 15%. Em comparação com a pesquisa anterior, o deputado federal cresceu mais do que o ex-prefeito de São Paulo. Enquanto Bolsonaro ganhou seis pontos percentuais em uma semana, Haddad conquistou cinco. Ciro perdeu três. A decolagem do petista foi menor do que era esperada pela cúpula do PT.

 

Jair Bolsonaro segue a mesma linha de otimismo. O deputado conta com uma reviravolta dos chamados “votos envergonhados”. Nesse cenário, tenta diminuir a rejeição — que beira 60% na região — e começa a soltar um arsenal de estratégias direcionadas ao eleitorado nordestino desde a madrugada de ontem. No Twitter, o candidato afirmou que “a essência do povo nordestino é uma das principais belas formas da diversidade cultural do Brasil”. Na mesma postagem, assegurou que o Brasil é “um gigante” graças a eles. A mensagem de afago vem depois de declarações polêmicas, por exemplo, sobre o Maranhão, estado mais pobre do país. Em 2014, o deputado chegou a dizer que “a única coisa boa que o Maranhão tem é o presídio de Pedrinhas”.

 

Personalização

 

O Ibope aponta que Bolsonaro alcançaria mais votos em Alagoas (22%) e menos no Piauí (14%). Não lideraria em nenhum estado nordestino. Para Luciana Santana, professora de ciência política da Universidade Federal de Alagoas (UFAl), o estado onde o presidenciável do PSL se destaca destoa do restante do Nordeste por ter concentração de renda elevada e por ser regido pelas mesmas elites econômicas e políticas. “O Lula nunca ganhou em Maceió. A única eleição que o PT ganhou foi em 2014, com a Dilma. No interior, muitos candidatos são vinculados ao ex-presidente (Lula). Lá, Haddad deve sair bem à frente”, explica.

 

Ainda segundo a especialista da UFAl, Bolsonaro corre atrás do voto “Bolsolula”. “Há quem votaria no Lula e, depois da prisão do ex-presidente, migrou para Bolsonaro. Isso se dá devido à personalização da política, que é muito forte no Nordeste. Na falta de um líder, acharam uma pessoa que concentra atenção em sua imagem, e não em um partido. Haddad precisa ainda ser mais conhecido e de forma mais consistente”, analisa.

 

Eleitor alagoano, Mário Martins, 29 anos, escolheu o militar como candidato porque, para ele, “o país não precisa de um pai”, mas de “um presidente que não seja rabo preso”. Bolsonaro, na opinião de Mário, “é autêntico e não precisa agradar ninguém para ser quem ele é”. O alagoano acredita também no potencial de Paulo Guedes, guru econômico do candidato, e o compara ao primeiro presidente da Ditadura Militar “Enquanto os outros governos militares foram um fracasso, o melhor foi o de Castello Branco, quando o Brasil cresceu. Ele (Castello Branco) não entendia nada de economia, mas escolheu Roberto Campos, um gênio”, compara.

 

Para a bancária Naiana Leone, 31, eleitora de Salvador, na Bahia, Fernando Haddad é o candidato mais indicado para vencer o pleito. A moradora do estado com o segundo maior índice de intenção de voto para o petista, segundo o Ibope, acredita que Haddad tem o perfil de presidente e carrega boas experiências. “Ele é competente, como ministro da educação fez excelentes programas para o país e, com a escolha da vice (Manuela D’Ávila – PCdoB), construíram uma chapa perfeita”, diz.

 

Redação

 

 


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