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Especialistas explicam por que o eleitor define primeiro e mais facilmente aqueles que não merecem o voto, para depois escolher seu candidato

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Para o cientista político da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Geraldo Tadeu Monteiro, a decisão do voto passa, inicialmente, pelo veto às opiniões e às tendências políticas do cidadão. O eleitor possui muita informação disponível e, por essa razão, procura reduzir os candidatos e partidos que ele “sequer” vai olhar. “Se você é tradicionalmente de esquerda, você já tende a negar os candidatos de direita. Da mesma forma, se você é conservador, tende a negar os candidatos esquerdistas, e assim por diante”, esclarece.

 

Após excluir os “políticos indesejados”, o cidadão passa a analisar aqueles que possuem mais compatibilidade com suas opiniões e entendimento do mundo. O professor também ressalta que “uma parcela expressiva” dos eleitores passa a se informar sobre os candidatos quando o pleito se aproxima. “Isso é um processo normal. No mundo inteiro, cerca de 85% dos entrevistados, em média, não demonstram interesse pela política. Já que elas não ficam o tempo todo ligadas na política, acabam se informando, normalmente, 15 dias antes do pleito”, afirma.

 

Já o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Aninho Irachande entende que as circunstâncias de acirramento político desta eleição faz com que o eleitor tenha mais claramente a ideia sobre em quem ele não quer votar. Por outro lado, Irachande ressalta que a falta de conhecimento das “propostas reais” dos candidatos faz com que o cidadão não tenha certeza do representante a quem deseja delegar o voto. “A nossa campanha, infelizmente, não é propositiva, não apresenta ideias ou alternativas. Por isso, eu consigo dizer em quem eu não quero, mas não em quem pretendo votar”, explica.

 

Segundo o acadêmico, o índice de indecisos e a percentagem “elevada” de pessoas que declaram votos brancos e nulos, em um período próximo da eleição, decorre da falta de identificação do cidadão com propostas mais concretas. “Nessas circunstâncias, sobra o critério da rejeição, tanto por ideias quanto por coisas que consideram reprováveis”, conta o professor.

Indecisão em campo

Nas ruas, a teoria encontra a prática. A maioria dos entrevistados pelo Correio sabe em quem não votará, mas falta a certeza para a escolha nas urnas. Kleber dos Santos Costa, 30 anos, afirma que não digitaria o número do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Da mesma forma, Rosângela Alves dos Santos, 46, diz que não concederia o voto aos candidatos do PT e do PSDB, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, respectivamente. “Neles, jamais. Nem se não tivesse outra opção eu votaria nos dois”, conta.

 

Após o ex-presidente Lula ter o registro de candidatura negado pelo TSE, Thaís Miranda, 27, ficou sem candidato. Ela explica que até pretendia votar no substituto do PT, Fernando Haddad, mas é possível mudar o voto. Ela é uma exceção, porque ressalta que não negaria voto a nenhum candidato.

 

Já Marinaldo Miguel, 56 anos, foi um dos poucos entrevistados pela reportagem a anunciar que já sabe em quem pretende votar. A chapa do PT é vista por Miguel como a de “maior competência” para tocar o país. “Caso Haddad não vá para o segundo turno, eu votaria em qualquer um, menos no Bolsonaro”, esclarece.

Branco ou nulo

O pouco tempo de campanha é a explicação dada por Terezinha Soares, 61, para não ter certeza sobre quem vai escolher. Porém, ela certifica que não tem intenção de votar branco ou nulo. Já Carlos César, 38, não seguirá a mesma opinião e declarou que vai anular a expressão democrática. “Ainda não tenho nenhum candidato a presidente. Está difícil, este país desiludiu a política da gente”, lamenta César.

 

Assim também é com Erik Moraes, 22. Para ele, nem a Marina Silva, nem Jair Bolsonaro, nem Ciro Gomes terão seu voto. Ele conta que tem sido “difícil” de encontrar um representante capaz de assumir a presidência do Brasil. Sem candidato definido, Moraes e pretende votar branco ou nulo.

 

 

Redação

 

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