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Entenda por que a morte de Juscelino Kubitschek deve voltar a ser investigada

Reportagem do jornal Correio Braziliense de ontem (13), trouxe informações obtidas pelas comissões da Verdade de São Paulo e de Minas Gerais vão levar o governo federal e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos a reabrirem a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, construtor de Brasília.

A comissão se reúne nesta sexta-feira, no Recife, e a expectativa é de que determine oficialmente a reabertura das apurações. Juscelino morreu em um acidente de carro na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, em agosto de 1976.

Diligências realizadas durante o regime militar concluíram que a morte foi uma fatalidade, mesma avaliação feita pela Comissão Nacional da Verdade, em 2014, e pela comissão externa da Câmara dos Deputados, convocada em 2001 pelo então deputado Paulo Octávio, casado com a neta de JK Ana Cristina Kubitschek. Porém, novas informações indicam que pode ter ocorrido sabotagem mecânica, intoxicação do motorista do veículo em que estava o ex-presidente ou até mesmo um tiro disparado contra o condutor.

O Opala era dirigido por Geraldo Ribeiro. Em 1996, o perito Alberto Carlos de Minas exumou o corpo do motorista e disse ter encontrado uma perfuração no crânio compatível com fratura causada por disparo de arma de fogo. A versão oficial durante o regime militar era de que o veículo bateu em uma carreta após ter sido atingido por um ônibus da Viação Cometa.

Porém, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), em 2013, Josias Oliveira, que dirigia o coletivo, afirmou ter recebido uma proposta de propina para assumir a culpa pelo acidente. O órgão concluiu que não houve colisão com o ônibus, mas afirmou que não era possível afirmar ou negar ter se tratado de um atentado. A avaliação é de que a destruição do Opala no pátio da delegacia dificultou uma análise mais aprofundada.

A nova investigação da comissão deve avaliar elementos históricos e pode coletar novos depoimentos de testemunhas e envolvidos no caso, inclusive investigadores. Documentos divulgados pelo jornalista Jack Anderson, no The Washington Post, afirma que JK seria um potencial alvo da Operação Condor — plano coordenado entre ditaduras sul-americanas para eliminar opositores políticos. O nome do ex-presidente aparece na mesma folha do diplomata chileno Orlando Letelier, assassinado em um atentado em Washington em setembro de 1976, um mês após a morte do líder político brasileiro. A CIA assumiu participação na morte de Letelier.

Redação

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