Após defender reiteradamente o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), das denúncias de irregularidades, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos senadores ontem, em Campina Grande, na Paraíba, uma definição sobre a crise que acomete a Casa.
“Não é possível que as pessoas permitam que a instituição vá sofrendo um desgaste, um desgaste, um desgaste, porque isso mata as pessoas e mata a instituição”, disse Lula.
A declaração, dada em entrevista à rádio paraibana Correio SAT, veio um dia depois de o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, entrar em choque com o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP). No último capítulo da crise, Mercadante defendeu, em nota oficial na sexta-feira, o afastamento temporário de Sarney. Anteontem, Múcio apontou que esse não era o posicionamento do PT, mas de apenas “um ou dois senadores”. Ontem, ninguém quis comentar o caso. Lula tampouco. Sua única entrevista foi à rádio paraibana, de propriedade do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), em que o tema da crise foi apenas pincelado. Após as inaugurações do dia, o presidente não concedeu entrevista coletiva.
Mesmo sem citar especificamente o imbróglio entre Mercadante e Múcio, Lula sublinhou que o Senado tem “maioridade” para resolver seus problemas. “O que não pode é deixar a coisa esticar, esticar, esticar, porque a cada dia, se você tem uma novidade, por menor que ela seja, no jornal, você vai criando um desgaste da instituição”, reforçou o presidente, em referência às reportagens do Estado sobre irregularidades envolvendo Sarney e o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia.
Para Lula, a volta do recesso, na próxima segunda-feira, é o momento de definição. “Eu penso que agora, quando voltarem do recesso do Senado, os senadores têm que se reunir e têm que dizer o que eles querem para o Senado”, destacou Lula. “Nós tivemos momentos históricos de gravidade no Senado e na Câmara que foram resolvidos. Eu só espero que as pessoas resolvam”, completou.
Em seus discursos de inauguração na tarde de ontem, na Paraíba, Lula demonstrou a estratégia de alianças entre o PT e PMDB, que promove com todo governador peemedebista. Desta vez, o coleguismo sobressaiu com José Maranhão (PMDB), que assumiu o cargo após a cassação do tucano Cássio Cunha Lima, em fevereiro deste ano, por compra de votos.
Lula e Maranhão trocaram afagos nos palanques, como fizeram em 2006. As inaugurações foram noticiadas por rádio e TV, na noite de anteontem, especialmente em horário nobre.
Maranhão foi só elogios, também, à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, apesar de ela não ter embarcado para Campina Grande para as inaugurações. Chamou-a de madrinha do PAC e a agradeceu pelo “desenvolvimento da Paraíba”.
Na entrevista à rádio, Lula disse que ambos os partidos, nas figuras do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e Michel Temer (PMDB-SP) continuam estudando as melhores maneiras de dividir palanques nos Estados. “Se o PMDB e o PT tiverem juízo, nós construiremos uma grande aliança nacional para as eleições de 2010.”
Estadão
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