Sem risco em 2026 e surfando na onda bolsonarista, Efraim deve aproveitar ‘vantagem’ para emplacar irmão deputado federal
ANÁLISE – No tabuleiro político paraibano de 2026, Efraim Filho (União Brasil) se destaca não por estar em posição privilegiada, mas por ser o único entre os principais nomes no páreo que não tem o que perder. Com o mandato de senador garantido até 2030, ele pode entrar na disputa pelo Governo da Paraíba sem risco político direto, o que lhe permite jogar com mais liberdade e foco estratégico.
Enquanto isso, os demais pré-candidatos enfrentam custos políticos muito mais altos:
Cícero Lucena (MDB), se decidir deixar a Prefeitura de João Pessoa para disputar o governo e perder, ficará sem mandato;
João Azevêdo (PSB), atual governador, encerra o ciclo em 2026 — e caso tente novo cargo e não consiga, também ficará fora da política eletiva;
Veneziano Vital do Rêgo (MDB), senador até 2027, se for derrotado, também fica sem mandato;
Marcelo Queiroga (PL), por outro lado, não tem mandato a perder, o que o deixa livre para investir em visibilidade, mas com capital político limitado.
Nesse cenário, Efraim joga com folga.
A movimentação do parlamentar, dessa forma, foca em dois objetivos centrais: testar seu próprio nome na corrida estadual e abrir caminho para a eleição do irmão, o hoje deputado estadual George Morais, à Câmara Federal. O União Brasil hoje tem presença tímida na bancada paraibana, com apenas uma vaga ocupada por Damião Feliciano, que enfrenta dificuldades de reeleição após a votação modesta de 2022. Na Assembleia, conta hoje com apenas George Morais, que já avisou que não disputará reeleição, e Taciano Diniz, que tem admitido trocar a legenda pelo MDB.
Ciente desse cenário, Efraim deve usar o peso de seu mandato e sua visibilidade nacional para fortalecer o grupo político e garantir mais espaço no Congresso e na Assembleia Legislativa.
Além disso, o senador deve aproveitar o apoio do eleitorado bolsonarista, especialmente após a reaproximação com o PL, partido que vai compor sua aliança majoritária. Essa base, ainda fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro, pode ser decisiva tanto para sustentar sua pré-candidatura ao governo quanto para impulsionar a votação de George Morais.
Assim, Efraim entra no jogo de 2026 sem risco de perda, mas com muito a ganhar se conseguir transformar sua influência e o capital político do bolsonarismo em uma estrutura partidária mais robusta e familiarmente fortalecida.
Em tempo
O que Efraim articula hoje já é uma prática comum na Paraíba. Atualmente, a senadora Daniella Ribeiro (PP) tem o irmão Aguinaldo Ribeiro (PP) como deputado federal. No passado, o senador Vital do Rêgo (hoje ministro do TCU) teve o irmão Veneziano Vital (atualmente senador) como deputado federal. Nada se cria, tudo se copia: Efraim apenas segue uma receita já testada na política paraibana.
Em resumo, Efraim Filho atua no tabuleiro com tempo, mandato e margem de manobra.








