Apesar da pressão do PMDB, a Presidente Dilma Rousseff (PT) ainda não cedeu aos espaços que o partido busca na reforma ministerial em fase de realização pela petista. Em reunião realizada na noite da última segunda-feira (03), Dilma sinalizou com a possibilidade de entregar mais um ministério ao PMDB mas ainda não bateu o martelo.
O senador paraibano Vital do Rêgo continua forte e prestigiado pelo partido, cotado para assumir um dos ministérios. Horas antes da reunião, o presidente nacional do partido, senador Valdir Rauup (PMDB-RO), mandou um recado para a presidente, observando que a petista precisava ter noção do tamanho da legenda.
Depois de quase seis horas de reunião entre Dilma Rousseff e a cúpula do PMDB, o partido continua sendo o principal nó da reforma ministerial para a presidente. Segundo apurou o Diário do Poder, o senador Vital do Rêgo ainda é o principal cotado na bancada para assumir cargo na Esplanada. O partido admite até a possibilidade de abocanhar o Ministério de Ciência e Tecnologia, considerado de menor porte pela classe política.
Dilma informou que não quer dar um sexto ministério para o PMDB e não pretende entregar a Secretaria de Portos, cobiçada pelos integrantes do partido.
Conselheiros de Dilma defendem que ela ceda um sexto ministério para acalmar os peemedebistas.
A presidente chegou a sondar a legenda sobre a possibilidade de dar o Ministério da Integração Nacional para o senador Eunício Oliveira (CE), mas o PMDB teria que ceder em outra Pasta. Pelo desenho de ontem, essa Pasta seria o Turismo, que ficaria com o PTB, hoje sem nenhum ministério.
A Agricultura é outro ponto a ser resolvido. O PMDB da Câmara defende Neri Geller, atual Secretário de Política Agrícola do ministério, mas ontem, porém, o nome de Tereza Cristina Correa da Costa, secretária de Desenvolvimento Agrário em Mato Grosso do Sul, Estado governado por André Puccinelli (PMDB), também surgiu forte nos bastidores.
Ontem, entre idas e vindas para discutir a reforma, passaram pelo gabinete presidencial o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Segundo assessores palacianos, a reunião não foi conclusiva. Temer e Alves seguiram para o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, para continuar as tratativas.
Dilma sinalizou ontem que mantém as buscas por um empresário para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
A reunião de mais de cinco horas entre a presidenta Dilma Rousseff e o vice Michel Temer e as principais lideranças peemedebistas, terminou sem nenhuma definição sobre os cargos que o PMDB ocupará na Esplanada com a reforma ministerial. Segundo o líder do PMDB, Eunicio Oliveira (CE), foram discutidos alguns cenários, mas nada conclusivo. “Eles se reuniram, mas não tem nada, nada definido”, reforçou.
PBAgora com Folhadesaopaulo