O presidente estadual do PSDB, deputado federal Ruy Carneiro (PB), ocupou a
tribuna da Câmara para fazer um apelo ao governo federal por mais recursos
e investimentos estruturantes para minimizar os efeitos da seca na Paraíba.
Segundo ele, a pior dos últimos 40 anos e uma das mais inclementes de todas
as 73 já registradas na região, desde 1559.
-Mas o governo federal, que gasta alguns bilhões de dinheiro público para a
construção de estádios para três ou quatro jogos da próxima Copa, não
conseguiu sequer reiniciar as obras de transposição do São Francisco,
paralisadas por exigências do Tribunal de Contas, diante de incontáveis
trapalhadas na execução do projeto, iniciou o parlamentar.
Números apresentados por Ruy Carneiro apontam que 91% da população de todo
semiárido estão atingidos pela seca, o que corresponde a 20 milhões de
nordestinos. “Desse total, mais de 8 milhões vivem na zona rural, sofrem
sede e o desespero de verem seus rebanhos quase completamente dizimados”,
sublinhou.
Ele apontou que muitos dos caminhões-pipa autorizados completam, em dez ou
quinze dias, toda a quilometragem contratada para o mês. “Não é que rodem
muito, a quilometragem estabelecida é que é insuficiente. Durante o
restante do mês, a sorte do sertanejo é inapelável: ou fica sem beber, ou
compra água a R$ 100 ou R$ 120 reais a carrada, mais do que o repasse
mensal da bolsa estiagem enviada pelo governo”, protestou.
Ele cobrou uma política especifica para o semiárido com uma melhor
logística de distribuição de ração, uma vez que a agricultura nordestina
sofreu, no ano passado, perdas de cerca de 80%. “Os rebanhos foram
reduzidos à metade. A produção do leite caiu 70%. Até as abelhas sofreram,
uma vez que a apicultura também perdeu cerca de 70% de sua produção. Nem os
poucos perímetros irrigados se livraram dos prejuízos e amargam perdas em
torno de 50%”, citou Ruy.
O parlamentar citou a campanha SOS Seca Paraíba, inciativa da Assembleia da
Paraíba que percorreu 50 municípios. Ruy observou que o Nordeste brasileiro
é a região semiárida mais chuvosa do mundo. “Por que, então, já na segunda
década do século XXI, o nordestino não tem sequer uma cuia d’água pra
beber?”, questionou.
O deputado concluiu pedindo soluções imediatas para o semiárido, como a
limpeza de açudes e barreiros preparando-os as próximas chuvas e a
utilização de tecnologias. Além da suspensão, de imediato, de todas as
execuções promovidas pelos bancos oficiais contra os agricultores da área
da seca, bem como a implantação de um ponto de água em cada propriedade
rural e conclusão da obra de transposição do São Francisco. No seu discurso
o parlamentar recebeu apoio dos deputados federais Benedito de Lira (PP-AL)
e Jutahy Magalhães (PSDB-BA).
Assessoria
