Categorias: Política

Defesa e acusação traçam estratégia para fim do processo contra Lula

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 Um dia depois do depoimento dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, no inquérito que investiga a compra de um tríplex no Guarujá (SP) para ocultar o pagamento de R$ 3,7 milhões em propinas, defesa e acusação começam a traçar estratégias para a reta final do processo. A próxima etapa são as alegações finais do Ministério Público e dos advogados para, só então, o juiz Sérgio Moro dar o veredito. “O interrogatório do réu é uma fase importante da investigação, mas ele não precisa dizer a verdade. A sentença baseia-se, muito mais, no depoimento das testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação, e nas provas documentais”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Procuradores (ANPR), José Robalinho Cavalcanti.

Advogados do ex-presidente e petistas comemoraram o desempenho de Lula no interrogatório. “Ele foi bem, conseguiu provar que não tem qualquer relação com o apartamento do Guarujá e as pessoas começam a perceber isso. Quanto mais isso for sendo propagado, crescem as chances de provarmos que este é um julgamento político”, disse o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP).

Para Robalinho, é mais do que natural que não haja qualquer escritura ou documentação que ateste o fato do apartamento pertencer a Lula, uma vez que o escopo da investigação é a lavagem de dinheiro com ocultação de patrimônio. “Se tivesse alguma escritura ou documento de posse não seria lavagem de dinheiro, seria apenas corrupção passiva”, explicou o presidente da ANPR.

Na visão do procurador, o MP baseia-se em outros pontos, não apenas as provas testemunhais, mas também documentos obtidos ao longo do processo de investigação. “Existem e-mails trocados por funcionários das empreiteiras deixando claro que as benfeitorias que estavam sendo feitas no apartamento tinham como objetivo prepará-lo para ser entregue ao ex-presidente”, completou Robalinho.

Ameaça de agentes

O interrogatório de quarta-feira também anda gerando faíscas e brechas para novas crises. A Federação Nacional dos Policiais Federais afirmou, por meio de nota, que vai processar o ex-presidente Lula por “denunciação caluniosa”. A entidade alegou que, ao ser apresentado a um documento pelo juiz Sérgio Moro durante o depoimento, o ex-presidente Lula “insinuou” que agentes federais teriam “plantado provas em seu apartamento”.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís Boudens, disse que “atribuir a inserção de provas dentro do local de busca é uma afronta à Polícia Federal”. Lula teria feito a insinuação de prova plantada quando Moro o questionou sobre documento sem assinatura que agentes da Polícia Federal apreenderam no apartamento em São Bernardo do Campo, onde o ex-presidente mora.

Já os advogados de Lula reclamam da falta de acesso aos documentos da Petrobras que amparam a denúncia feita contra ele. “É importante registrar que a Petrobras é assistente da acusação. Em 28/4/2017, a companhia protocolou petição na qual nega à defesa o acesso a todas as atas da Diretoria Executiva, no período de 2003 a 2014, conforme havia sido solicitado. Enquanto o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a assistente de acusação têm acesso a todo e qualquer material da empresa para usar na ação, isso é negado à defesa de Lula”, afirmam, em nota, os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.

FHC vê problema de difusão da informação

Ao comentar eventuais excessos da Operação Lava-Jato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, em Buenos Aires, que “há um problema de difusão da informação que eu acredito que vai além do razoável”. “Eu não sei quem são os responsáveis, mas, às vezes, difundem a informação antes mesmo de checá-la. Isso produz dano. Mas há que reconhecer que, no mundo contemporâneo, com os meios de comunicação tão abertos e com a internet tão aberta, é quase impossível. Eu acredito que esse seja um excesso”, disse FHC, que participou de seminário entre ex-presidentes, empresários e acadêmicos. Já o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu ontem ser preciso “despolitizar” o processo de investigação da Lava-Jato.

Redação

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