O senador paraibano Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, externou ontem à tarde sua irritação com o resultado da votação que, ao mesmo tempo em que retirou o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), decidiu manter seus direitos políticos. Ele se queixou de ter havido um acordo entre o PMDB e Dilma, sem que isso fosse comunicado ao PSDB. “Estou perplexo (…). É uma enorme deslealdade política (…) Percebi que tem muitos votos do PMDB. É claro que não se constrói uma relação política desta forma. O PMDB começa o governo fazendo com o PSDB o que o PT fazia com ele. Eu vinha alertando para que isso não acontecesse”.
Cássio ainda ponderou que o desfecho do impeachment da ex-presidente pode ser repetido na votação que decidirá o futuro do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB: “Acredito que esta votação terá não só desdobramentos na cassação de Eduardo Cunha pelo acordo que novamente foi feito como poderá ter repercussões nas relações, pelo menos na minha e não falo como líder, porque sequer fomos avisados que havia esse entendimento. O presidente da Casa manteve-se este tempo inteiro silente, argumentando a necessidade de uma distância do processo. Na undécima hora, encaminha a votação num acordo com a ex-presidente Dilma sem que nós soubéssemos. O PSDB não sabia do acordo”.
Os trechos mais enfáticos sobre o PMDB podem ser conferidos no vídeo abaixo a partir de 4´48.
Agencia Senado