Já afirmei aqui, neste espaço, que Ricardo Coutinho, recebendo o apoio de Cássio e Efrain, perde por um lado e ganha por outro. Perde sua história socialista e os votos dos que, historicamente, o acompanharam. Mas ganha no interior, onde não tem musculatura política. Porém, um fato me fez repensar um pouco esta afirmação.
Cássio, ao se aproximar de Ricardo, deve tê-lo prometido a votação que o prefeito da capital não tem no interior, o que lhe garantiria a eleição para Governo do Estado com o somatório do poderio eleitoral de Campina Grande e das cidades onde o ex-governador tem 1 milhão de amigos (ou seria de votos?).
Se Ricardo pensou assim é bom que coloque as barbas de molho e reflita. A se confirmar o apoio do ex-governador, Ricardo terá que correr a Paraíba como se este apoio não tivesse sido anunciado. Isto se Ricardo pensar um pouco.
É só observar o que vem ocorrendo nos últimos embates eleitorais dos quais Cássio participou como apoio político. Em Campina Grande, por exemplo, o mais provável dos laboratórios para o teste do apoio cassista, a empreitada não deu certo por duas vezes seguidas. E são muitos os pormenores que devem ensejar preocupação no núcleo Ricardista. Ou, desculpem, Coletivo Ricardo Coutinho. Não é assim que chamam?
Em Campina Grande foram dois testes onde Cássio não se saiu bem. No primeiro, em 2004, sentado na cadeira de governador, apoiou Rômulo Gouveia, então presidente da Assembléia Legislativa. Tinha, ainda, Cícero Lucena, então prefeito de João Pessoa, apoiando a investida. E mais: Rômulo tinha como diferencial em relação a Ricardo ter sido forjado no seio da família Cunha Lima. É quase um Cunha Lima, em sua essência. Tudo isso foi derrotado pelo então vereador de segundo mandato Veneziano Vital do Rego.
Em 2008, sentado na cadeira de governador novamente, apoiou, de novo, Rômulo Gouveia, agora o deputado federal mais votado de Campina Grande. A investida tinha o apoio, novamente, do presidente da Assembléia Legislativa, agora comandada por Arthur Cunha Lima; e do próprio Cícero Lucena – olha ele aí de novo – agora como Senador da República. Novamente a investida não deu certo. Veneziano foi reeleito com uma diferença dez vezes maior que na eleição anterior. Tudo isso na terra de Cássio.
Agora, o ex-governador vai para uma nova investida. Desta vez, sem cadeira – e sem caneta, o principal – de governador e tendo o aliado Cícero Lucena concorrendo em outra faixa. Conseguirá, então, mudar o histórico de insucessos e eleger um aliado novo, que não tem DNA Cunhalimista, como se diz em Campina Grande? Ou o histórico falará mais alto? Isso só as urnas serão capazes de dizer…







