Bolso cheio: Câmara do Conde ignora crise e aprova aumento de salário para prefeita, vice, secretários e vereadores
Enquanto os vereadores do município de Água Branca, no interior da Paraíba, aprovaram uma redução do salário para 2017, passando para o valor de apenas um salário mínimo/mês, tal qual a maioria dos trabalhadores assalariados, a Câmara Municipal de Conde, no litoral Sul da Paraíba, seguiu o caminho inverso e aprovou, na sessão de ontem, terça-feira (30), um gordo aumento nos salários da prefeita, da vice, dos secretários e dos onze vereadores.
A matéria foi aprovada por sete votos, com uma abstenção e três faltosos. Os novos valores entram em vigor a partir de janeiro de 2017. Esse projeto vale por toda próxima legislatura, que vai até 2020.
“Foi colocado em pauta esse projeto de lei com o aumento pelos vereadores, sem prévio aviso, a Câmara não estava ciente, pelo menos eu não estava, foi aprovado, com a minha abstenção e eu me justifico devido ao momento de crise que vive o município, o Brasil todo, e sabemos que esse não é o momento de colocar esse tipo de projeto, o momento é de lutarmos por melhorias para a população, colocar o salário do funcionalismo em dia, pois até o salário dos assessores da Câmara está atrasado”, disse Naldo Cell.
Com as mudanças, o salário da prefeita passa para R$ 17 mil, enquanto o da vice será de R$ 8,5 mil. Já os secretários, que recebiam R$ 5 mil, tiveram um aumento de R$ 1 mil, e passarão a receber R$ 6mil/mês, o que dá mais de R$ 70 mil por ano.
Para os vereadores o aumento foi mais generoso. Os parlamentares recebem atualmente um salário de R$ 6 mil e passarão agora a receber quase R$ 2 mil a mais. Assim, quem for eleito para vereador no Conde terá assegurado R$ 7.596,00 mensalmente.
Votaram favoráveis ao aumento os vereadores Manga Rosa (PMDB), Luzimar (PSD), Fábio Tatu (PT do B), Juscelino (PPS), Muniz (PSDC), Emerson (PHS), Luiz de Hino (PT do B). O vereador Naldo do Cel (PT), que faz oposição isolada na Câmara, foi o único a se abster.
Faltaram à votação os vereadores Sanderson (PT do B), Tânia Pimentel (PMDB) e Denis Pontes (PR).
Henrique Lima/ Márcia Dias
PB Agora