Categorias: Política

Áudio vazado mostra distanciamento entre Julian e clã Bolsonaro

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Ainda sobre o áudio vazado semana passada do deputado federal Julian Lemos, do PSL, em conversa com o secretário-geral do PSL na Paraíba e assessor do Ministério do Turismo, Fabio Nobrega Lopes, em um dos trechos, o parlamentar paraibano, que jurou fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral e até mesmo após a posse, fez uma espécie de desabafo ao relatar que 'as coisas estavam diferentes'.

A frustração é evidente quando o parlamentar relata como está o andamento do Governo. El começa afirmando que ele pensava que ia acontecer uma coisa e acabou acontecendo outra:Julian revela que 'o negócio está muito diferente, até mesmo na questão de acesso.

 "O negócio está muito difícil, está muito diferente. Eu pensei que a coisa ia ser de um jeito e agora é outra", lamentou Lemos.

Mais adiante Fábio diz que acredita que os cargos serão rateados entre os deputados para que seja aprovada a reforma da previdência, uma espécie de 'pirulito' para conquistar os apoios. Julian, por sua vez, assevera que mesmo com o 'pirulito' – uma espécie de doce para agradar a criança chorona – este não surtirá o efeito, e segue com o desabafo, dando a entender que está sendo ignorado pela cúpula do planalto ao fazer uma comparação de que não estaria sendo reconhecido.

"Vão dá um pirulito para cada um e não vai funcionar, escute o que eu estou lhe dizendo. Tem muita coisa ali. Eu não conheço ali não. Estou falando no sentido de.acesso entendeu. Quer comparar, é a mesma coisa de eu ir nos cantos e não te conhecer, isso não existe não. O povo tá tudo brocha, tá todo mundo. Vamos ver o  que acontece, eu sei que estou muito brocha, estou na minha, vou esperar para ver o que acontece aí", disse.

Após a repercussão da conversa, Lemos reagiu afirmando se tratar de um crime a interceptação telefônica

"O áudio é crime. É uma violação gravíssima, uma agressão, um fato grave. Isso aí vai rolar Polícia Federal. É extremamente absurdo isso. Não tem nada que desabone, única coisa que vejo criminosa é a gravação ilegal. Sou um deputado federal, imagine se os deputados agora têm seu sigilo telefônico quebrado", disse.

Feita sem o conhecimento dos dois interlocutores, a gravação de fato surgiu a partir de um grampo telefônico, segundo informou uma fonte ao GLOBO. Sem citar nomes, Julian Lemos atribuiu o grampo a adversários políticos.

"Descobri a fonte, descobri tudo, foi uma armaçãozinha que fizeram. Estou pegando mais informação para chegar aonde quero. É coisa minha", emendou Lemos.

As indicações políticas apontadas por Lemos no telefonema ainda não foram oficializadas. Nesta semana, depois de O GLOBO procurar o deputado para comentar o teor do diálogo, Lemos anunciou em suas redes sociais que “abre mão” de indicar pessoas para ocupar cargos federais.

Na conversa, ocorrida em fevereiro, o secretário do PSL paraibano menciona uma reunião na Casa Civil na qual, segundo ele, ficou acertado que os cargos “a nível estadual” seriam distribuídos depois do carnaval. Ainda de acordo com Fábio Nobrega Lopes, o ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), participou de um dos encontros nos quais eram discutidas as trocas de indicações a cargos na máquina federal por votos favoráveis à reforma da Previdência. O GLOBO procurou Onyx, por meio de sua assessoria, mas ele não comentou o diálogo.

Distribuição para todos

Lemos relata que, na reunião, Carlos Manato, secretário-geral para a Câmara do governo, diz que haverá cargos para todos os deputados, menos para os que são do PT e de outros partidos de esquerda.

Na conversa, Lemos e Nobrega discutem o preenchimento de um cargo na Funasa com salário líquido de R$ 7 mil, que consideram baixo, mas que controlaria uma alta gestão de recursos liberados pela Casa Civil.

Nobrega Lopes foi nomeado em 30 de janeiro para um cargo comissionado na secretaria-executiva do Ministério do Turismo, com salário R$ 10.673,30. A secretaria-executiva é vinculada diretamente ao gabinete do ministro Marcelo Álvaro Antônio, investigado pela Polícia Federal acusado de promover candidaturas de laranjas nas eleições de 2018.

Há dois dias, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), anunciou a liberação de cerca de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. O anúncio ocorreu em meio à pressão de partidos políticos que criticam a articulação do governo junto ao Congresso. Na terça, o presidente Bolsonaro negou, pelo Twitter, que as verbas tenham sido liberadas “para a aprovação da Nova Previdência”.

Em vídeos divulgados nas redes sociais de Bolsonaro, Lemos foi apresentado mais de uma vez como coordenador, no Nordeste, da campanha presidencial de 2018. Muito próximo ao ex-ministro Gustavo Bebianno, então presidente do PSL, Lemos foi vice-presidente do diretório nacional do partido durante campanha e pré-campanha.

 

 

PB Agora com O Globo

 


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