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Ataque e defesa entre aliados esquenta bastidores da candidatura tucana na Paraíba

 Dois amigos e um destino. Aliados antigos do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) e o senador Cícero Lucena (PSDB), vivem um dilema. Além de uma cadeira no Senado e passear pelo tapete azul do Congresso Nacional, está em jogo anos de amizade e lealdade ao grupo Cunha Lima.

Rômulo que é pré-candidato ao Senado, sonha em trocar o Palácio da Redenção pelo Congresso. Para isso, precisa da manutenção da aliança entre tucanos e socialistas, visto que permanecendo ao lado de Cássio não teria muitas chances. Isso em uma eventual candidatura de Cássio, o candidato preferido do tucano ao senado seria Cícero. Não haveria assim, espaço para o vice-governador na chapa majoritária.

Aliando histórico de CCL desde a época de Ronaldo Cunha Lima, o senador Cícero Lucena, também depende da força do tucano para continuar em Brasília. Em meio as indefinições e projeções futuras, Rômulo quer a manutenção da aliança, e Cícero, o preferido de Cássio ao senado, prega o racha.

Em entrevista a Rádio 98 em Campina Grande, Cícero Lucena reafirmou a sua posição e disse que o seu objetivo é trabalhar para a concretização da candidatura do senador amigo ao governo do Estado. Ele aposta que Cássio romperá aliança com o governador Ricardo Coutinho (PSB) e se lançará candidato.
– A minha prioridade é a concretização da candidatura de Cássio. O que é que adianta eu ter um cargo no senado se não tem um governador que trabalhe pelo Estado? Cássio é o candidato que a Paraíba deseja e que Deus vai permitir ser governador – revelou.

O senador ainda teceu críticas ao governo do socialista Ricardo Coutinho, seu antigo desafeto. Segundo Cícero, há muitas diferenças na forma de governar dos dois partidos e que não há receio quanto as comparações. Ele disse ainda que é o povo que pede a volta de Cássio.

– Há uma grande diferença na forma da gente governar, nós temos alma, não nos alimentamos em perseguir, em demitir pais de família. Nós não temos preocupação nenhuma em comparar, porque o projeto de Cássio vem das ruas, são as pessoas que estão pedindo. Não são só as lideranças políticas que estão querendo o retorno de Cássio, é o povo – pontuou.

Em outra emissora de rádio da cidade, a Rádio Caturité AM, Rômulo Gouveia deu a resposta. Diante da conturbada relação envolvendo tucanos e socialistas, o presidente da executiva estadual do PSD na Paraíba, voltou a afirmar que estará ao lado do governador Ricardo Coutinho, caso haja o rompimento da aliança PSB/PSDB.

Rômulo Gouveia salientou que fará todo esforço para manter a aliança, porque, segundo ele, considera a forma mais importante para a Paraíba seguir em frente.
Indagado se ele mudaria de ideia se o PSDB lhe oferecesse uma vaga na chapa majoritária, Rômulo foi enfático e respondeu que não está em leilão.
O vice-governador negou ainda que tenha rompido com o senador Cássio, após as suas declarações sobre o apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho. Para ele, a amizade fica independe de questões políticas.

– Não estou rompendo com ninguém. Acho que o fato da gente não marchar politicamente não temos que ser inimigos. Que dizer que uma amizade de trinta anos vai ser acabada por uma posição política? Acho que são as pessoas que criam rompimento, inimizades e uma série de fatores. Como eu vou romper com quem não é candidato? – indagou.

O presidente do PSD na Paraíba, concorda no entanto, que as chances da manutenção da aliança entre PSB e PSDB têm se reduzido gradativamente. Ele atrelou isso a intervenções externas, não por parte de Ricardo Coutinho ou Cássio.

– Eu continuarei firme para que haja a manutenção da aliança, porque vejo que é a sequência de um trabalho que vem dando certo e acho que a interrupção agora só vai atrapalhar a Paraíba. Obviamente se não houver, vamos ter que marchar em caminhos diferentes – afirmou o vice-governador da Paraíba.

 

Severino Lopes

PBAgora

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