O governador da Paraíba João Azevêdo (PSB), eleito para presidir o Consórcio do Nordeste em 2023, deve navegar por mares muito mais tranquilos do que os seus antecessores na direção do órgão.
Criado em 2019, o Consórcio que reúne os governos dos nove Estados da região sempre viveu uma relação conflituosa com o Governo Federal representado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Ainda neste mesmo ano, Bolsonaro acusou os governadores nordestinos de quererem separar a região do Brasil e chegou a dizer a seguinte fala xenofóbica: “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”.
O auge da crise, no entanto, foi no período da pandemia, quando o Consórcio defendia uma postura de vacinação o mais cedo possível, inclusive firmando contrato com um instituto para a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V em 2021. O contrato teve que ser suspenso, no entanto, após a Anvisa “melar” o acordo em uma manobra que foi tida como retaliação do governo federal.
Porém, tudo isso deve ficar na história do Consórcio já que a partir de 2023, quando João assume a presidência do órgão, o chefe do Governo Federal vai ser o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, para além do fato de ser nordestino, tem uma relação muito boa com os governadores eleitos da região.
João deve assumir também uma condição de protagonismo inédito para os presidentes do Consórcio, já que será o porta-voz na defesa dos interesses e demandas da região junto ao Governo Federal no período mais favorável da história da jovem entidade.
Feliphe Rojas
PB Agora