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Análise: dos jovens da elite de CG ao silêncio. Cássio ignora campanha de aliados e adota estilo ‘cada um por si’

Após participar da convenção que alçou Bruno Cunha Lima (PSD) e Lucas Ribeiro (PP) candidatos à prefeitura de Campina Grande, intitulando a dupla como ‘jovens da elite da cidade’, o ex-senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, calou. Desde o início da campanha eleitoral, iniciada no último domingo (27), o tucano não fez qualquer menção ao nome de seus aliados, seja na Rainha da Borborema, seja em João Pessoa, onde o PSDB apoia o nome do deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) na corrida pela sucessão municipal.

A reportagem do PB Agora também tentou entrar em contato com o ex-parlamentar, nesta terça-feira (29), para saber a justificativa para a adoção desse silêncio seletivo (sobre a campanha), mas não obteve resposta. Nas redes sociais Cássio apenas faz registros de momentos familiares, a maioria com o filho caçula. O espaço virou um diário da vida particular do ex-senador. Momentos como pai, esposo, irmão, filho e avô de gêmeos lideram as postagens, conforme print abaixo.

Politicamente, Cássio adota a tática do ‘cada um por si’. Nestas eleições, quem quiser vencer terá que fazer isso por conta própria, com as próprias armas e o próprio poder de persuasão, sem intermediários.

Cássio sabe que cada fala sua ganha repercussão. No direito, quem cala não diz nada, está neutro, mas na política não há neutralidade. Cássio é mais um participante nesse xadrez da política e observa o jogo atentamente para saber a hora do xeque mate. Em uma de suas últimas aparições midiáticas veiculada na TV Itararé, em Campina Grande, há cerca de um mês, ele não escondeu sua percepção sobre um dos postulantes – o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), de quem já foi aliado.

Na ocasião ele disse que a verdade muitas vezes pode até parecer dura, mas que era preciso ser dita. Ele ressaltou que o fato de Ricardo não usar mais tornozeleira eletrônica não o fazia inocente e só acontecia porque o sistema jurídico brasileiro favorece a impunidade. “Ele é ladrão”, disse Cássio na postagem que ainda consta em suas redes sociais.

Na máxima de que mais ajuda quem não atrapalha, Cássio dá um tempo. Apesar das preferências, são muitos os candidatos no páreo nessas duas cidades e nessa nuvem da política, uma hora o tempo fecha outra hora o tempo abre. Para evitar ‘resfriados’ Cássio se resguarda iniciando assim seu planejamento para se candidatar em 2022. No segundo turno poderá ser uma figura decisiva a depender do resultado do primeiro round. Entre silenciar e atrapalhar, Cássio silencia. Quer apenas a certeza de poder participar da colheita caso as sementes brotem frutos.

FARPAS

O clima de embate do candidato do Patriotas à PMJP Walber Virgolino não é apenas entre os adversários no páreo, mas também contra os eleitores e cabos eleitorais dos demais postulantes. Em grupos de whatsapp, Walber tem reagido às críticas de integrantes dos grupos com a mesma intensidade com que responde aos antagonistas nos debates.

PAZ E AMOR

A estratégia do candidato do MDB em João Pessoa na versão ‘Nilvan Paz e Amor’ tem provocado estranheza nos últimos dias. O apresentador que sempre foi combativo nos programas que ancorava adotou uma postura mais amena nos últimos embates. Se por um lado conquista simpatizantes, por outro perde aliados que apostavam em sua linha dura para massacrar os adversários, sobretudo na hora de colocar a boca no instrumento que ele mais domina – o microfone.

DESGASTE

Quem também pode começar a contabilizar dividendos é o candidato Ruy Carneiro, do PSDB, que resolveu mirar sua artilharia contra Cícero Lucena (PP). Não por nada, mas porque os dois até pouco tempo além de aliados ainda são (ou eram) também amigos próximos, com trocas de favores mútuas ao longo das últimas décadas anos. Para alguns, a tática de Ruy estaria soando como ingratidão.

A JUSTIFICATIVA

Nos bastidores, no entanto, a justificativa seria de que Ruy estaria magoado com Cícero por ele também estar na disputa. O ex-tucano teria garantido a Ruy que não seria candidato pelo PSDB à prefeitura de João Pessoa. Na verdade, se esse foi o trato, Cícero não mentiu, já que está na disputa pelo Progressistas.

AÇÃO X RESULTADO

A estratégia do ex-governador Ricardo Coutinho (PSDB) de não participar dos debates eleitorais, que andam bem acalorados, e assim se livrar de ser o alvo de pancada dos demais adversários, deverá ser avaliada após o resultado da primeira pesquisa eleitoral após o início desta campanha. Se for positivo, poderá ser copiada por outros postulantes. Se negativo, poderá virar mais um calvário na trajetória do ex-governador.

MORNO

Enquanto o debate em João Pessoa esquenta, em Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba, ainda anda morno. Lá, ainda não dá para aferir quem leva vantagem nessa primeira semana de campanha eleitoral. O primeiro debate entre os postulantes talvez seja o termômetro que os campinenses aguardam para movimentar o processo na Rainha da Borborema.

 

Márcia Dias

PB Agora

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