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Análise – Como assim, o homem é Pedro?! E Romero Rodrigues e Bruno, como ficam nessa história?

O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) declarou-se pretenso candidato ao posto que já pertenceu ao seu avô Ronaldo Cunha Lima, e ao seu pai Cássio Cunha Lima: o de governador da Paraíba.

Face às declarações de Pedro, primeiro ao Blog de Marcone Ferreira e, depois, ao programa Hora H, ancorado na Rádio Pop por Heron Cid e Wallisson Bezerra, a reação de todos os lados e partidos foi uma só: como assim? E como ficam Romero Rodrigues e Bruno nessa história?

Cacifes
O questionamento sobre a pressa de Pedro em se declarar disposto a concorrer ao Governo do Estado – ainda mais se antecipando pretendente a ser o principal contraponto ao governador João Azevêdo – decorre do simples fato de a Paraíba inteira sabe do seguinte:

Primeiro, o atual prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que compõe o mesmo grupo político que Pedro, antes mesmo de se declarar disposto a também concorrer ao Governo (se é que já o fez) já havia despontado, naturalmente, como muito mais cacifado para tal pretensão, depois de haver demonstrado o poder de sua força política nas eleições deste ano, elegendo o seu sucessor, Bruno, no primeiro turno.

Sem falar, é claro, que Romero deixará a Prefeitura campinense com o mérito de haver realizado uma gestão muito bem avaliada.

Segundo, com que cacife o deputado Pedro se apresenta à Paraíba como pretenso candidato a governador, se na última eleição que disputou saiu enfraquecido ao obter uma votação infinitamente menor do que a do pleito em que se elegeu para o primeiro mandato?

Com um agravante: o principal sustentáculo da trajetória política de Pedro, o seu pai Cássio Cunha Lima, como liderança política vem afundando em acumuladas derrotas ao ponto de, em 2018, ter sido humilhado nas urnas, não passando de um quarto lugar na disputada para senador. Cássio, perdeu feio para o seu principal opositor em Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PSB), para Daniela Ribeiro (PP) – hoje senadores da República – e até para Luiz Couto (PT) que disputou uma eleição majoritária sem a menor condição de saúde para tanto.

É razoável supor que, com a experiência do seu tutor político, Cássio Cunha Lima, e com a sua própria capacidade de assimilar os fatos que gravitam em torno do cenário da política, Pedro sabe que não está com esta bola toda para, de repente, disparar um “sou candidato a governador”. Ainda mais sem precisar combinar com ninguém.
Ao partir muito cedo e com pouca pólvora para esta batalha que está longe de ser travada, na verdade Pedro apenas dá demonstração de que quer algum lugar à sombra em 2022. Portanto, onde se leu “sou candidato” leia-se “ainda estou politicamente vivo”.

Incerteza
O futuro é sempre incerto. Que Pedro pode lograr êxito na sua anunciada pretensão, claro que pode. Agora, os tempos são outros e a grife Cunha Lima hoje em dia não goza do mesmo status político de até um tempo muito recente.

Portanto, o mais prudente talvez seja Pedro baixar a bola, conversar com Romero Rodrigues, com o prefeito eleito, Bruno, para saber qual é o tamanho do quinhão que vai lhe caber…

E mais: o deputado Pedro Cunha Lima primeiro tem que ganhar aparada no âmbito do grupo político e da família, para depois tentar a disputa externa.
Se lhe permitirem, é claro…

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